Neto sofre pressão do empresariado para acelerar retomada econômica

                                                                                  Foto: Reprodução

 

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), enfrenta a mais grave crise dos quase oito anos de gestão. Além da pandemia, ele começa a sangrar na principal base de apoio: o empresariado, que o pressiona para divulgar logo o plano de retomada da economia na capital baiana. O gestor confirmou ontem durante a inauguração da reforma na Praça Marechal Deodoro, no bairro do Comércio, que finalmente fará o anúncio do projeto hoje. Alinhadas com o Governo do Estado, foram criadas uma série de medidas para incentivar a recuperação da cidade quando o isolamento social for flexibilizado.

“Vou apresentar essa semana um plano de aproveitamento do espaço público de Salvador. Foi concebido agora no período da pandemia. Vamos estimular algumas coisas que vão mudar a cultura e a forma de aproveitamento do cidadão na cidade”, avisou. “Trabalhamos sábado e domingo em torno de um plano de retomada das atividades. Ontem eu e o governador Rui Costa nos reunimos com nossas equipes e os detalhes serão ajustados nas próximas horas, mas já existe um consenso entre os dois para apresentação de um projeto comum”, acrescentou.

A reabertura das empresas será feita em critérios técnicos e científicos. Segundo Neto, “uma vez alcançados esses critérios, terão possibilidade de retorno”. “Mas é importante lembrar que a decisão não é minha, é técnica e se baseia em dados”, declarou. A coletiva deverá ser conduzida pelo próprio Neto e pelo governador Rui Costa (PT).

ACM Neto teve a pressão sobre os ombros intensificada, sobretudo por parte de donos de shoppings, porque havia levantado a hipótese reabrir a economia no final de junho. A pressão aumentou ainda mais com a reabertura do comércio no Rio de Janeiro e São Paulo. Nos bastidores, circula a informação de que a prioridade do plano de retomada será a retomada do setor. O gestor, que vinha mantendo alta popularidade por tomar medidas enérgicas e eficazes para isolar pontualmente regiões da cidade, agora enfrenta protestos quase que diários na porta do próprio condomínio onde mora. Opositores, majoritariamente apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também aproveitam da situação para explorar a crise politicamente e enfraquecer o democrata soteropolitano.

Em São Paulo e no Rio, os shoppings seguem um Protocolo de Operações elaborado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em parceria com a área de consultoria do Sírio-Libanês, com mais de 20 medidas visando à saúde e à segurança de clientes, colaboradores e lojistas. Conforme a orientação do Poder Público, em São Paulo, a operação foi iniciada com capacidade de pessoas limitada a 20% e horário de funcionamento reduzido a 4 horas diárias (das 16h às 20h). Já no Rio de Janeiro, há limite de um terço da capacidade dos estacionamentos e horário reduzido a 8 horas diárias (das 12h às 20h). As informações são do jornal Tribuna da Bahia.

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