Bolsonaro gasta mais que Dilma e temer no cartão corporativo da presidência

                                                                                  Foto: Reprodução

 

Os gastos com cartão corporativo da Presidência da República, usado para bancar despesas sigilosas do presidente Jair Bolsonaro, dobraram nos quatro primeiros meses de 2020, na comparação com a média dos últimos cinco anos. A fatura no período foi de R$ 3,76 milhões, valor que é lançado mensalmente no Portal da Transparência do governo, mas cujo detalhamento é trancado a sete chaves pelo Palácio do Planalto. Em dezembro do ano passado, o Estadão revelou que o governo passou a ignorar uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e se recusa a explicar como tem usado o dinheiro público via cartões corporativos. A Presidência tem justificado, nos pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação, que a abertura dos dados e notas fiscais poderiam colocar em risco a segurança do presidente.

O fato é que, neste início de ano, essas despesas deram um salto e fugiram do padrão do que gastaram os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer no mesmo período. Foge do padrão, inclusive, do que gastou o próprio Bolsonaro no seu primeiro ano de mandato, quando apresentou uma despesa de R$ 1,98 milhão de janeiro a abril.

Com isso, os gastos com cartão corporativo da presidência têm sido maiores no governo Jair Bolsonaro do que nos governos Michel Temer e Dilma Rousseff. Na gestão atual gastou-se em média R$ 709,60 mil por mês, o que representa uma alta de 60% em relação ao governo do emedebista e 3% a mais que no governo da petista.

Por mês, Temer, o último inquilino do Planalto gastava R$ 441,3 mil contra os R$ 709,60 mil do atual habitante do palácio. Os dados são do Portal da Transparência do governo federal que ressaltam ainda que os inquilinos do Planalto tiveram as mesmas regras para uso dos cartões e os valores de cada chefe da nação foram corrigidos pela inflação no período.

As regras de gastos vêm desde 2008 quando o presidente Lula proibiu gastos em espécie como forma de estabelecer um controle maior sobre as despesas.

Mas não foi só a fatura dos cartões ligados diretamente a Bolsonaro que explodiu neste início do ano. O total de despesas sigilosas da Presidência, que inclui também gastos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aumentaram na mesma proporção. Foram R$ 7,55 milhões em despesas sigilosas da Presidência da República de janeiro a abril, 122% a mais do gasto no mesmo período do último ano do governo Temer. Em cinco anos, o mais próximo disso foram os R$ 4,69 milhões (em valores corrigidos pela inflação) despendidos em 2015, na gestão de Dilma. As informações são do jornal Estado de São Paulo.

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