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O medo de um calote da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande mexe com Bolsas de Valores de todo o mundo e provoca um movimento de fuga do risco, com queda do petróleo em queda e alta do dólar ante o real e outras divisas. O índice de volatilidade Vix, considerado um “medidor do medo” em Wall Street, avança 17,78%.
O banco suíço Swissquote alerta para o risco de contágio para outras empresas do setor imobiliário no caso de um calote da Evergrande, que tem dívidas de mais de US$ 300 bilhões. Segundo a instituição, a companhia “deve entrar em default nesta semana e analistas têm advertido” para o potencial disso “sacudir os mercados financeiros”
Às 11h54, o Ibovespa caía 2,59%, chegando aos 108.615,70 pontos. Logo após a abertura do mercado, o índice já perdia já perdia cerca de 2.300 pontos, perdendo os 109 mil pontos – nível visto pela última vez no início de março. Em Nova York, um pouco antes, o S&P500 tinha queda de 1,58%, o Dow Jones, de 1,42%, e o Nasdaq, de 2,11%. Na Europa, as perdas eram de 2,31% na Bolsa de Frankfurt e de 0,98% em Paris. O dólar à vista subia 0,74%, a R$ 5,3213.
Na B3, a Bolsa brasileira, a perda é praticamente generalizada. As ações da Petrobras, Vale, CSN Mineração e siderúrgicas registram fortes perdas diante da queda de 8,80% do minério de ferro na China nesta segunda.
“O mercado está cauteloso, se preparando para o pior. Se não acontecer nada, melhor”, avalia o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Segundo ele, a reação dos mercados é porque os investidores sentem que podem ter algum contágio tanto por meio do setor financeiro quanto por parte da dívida com estrangeiros, num momento em que a China dá sinais de desaceleração, com queda de commodities, o que afeta países emergentes, como o Brasil.
Na contramão, as ações PNB de Copel lideram as maiores altas do Ibovespa, com avanço de mais de 5% após a companhia anunciar a distribuição de R$ 1,436 bilhão em proventos referentes ao exercício de 2021. Mais cedo, a XP reiterou a recomendação de compra para Copel com um preço-alvo de R$ 7,5/ação para a PNB, o que representa um potencial de alta de 13,1% ante o último fechamento, por considerar positiva a decisão da Copel de não exercer direito de preferência na aquisição da participação acionária da Gaspetro na Compagas.
Com informações de Luciana Xavier e Maria Regina Silva/Estadão