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O presidente Jair Bolsonaro passou nesta segunda (20) por jornalistas que o aguardavam na frente do hotel onde ele está hospedado, em Nova York, para participar da Assembleia-Geral da ONU, e disse, em tom irônico, que “o discurso será em braille”. Ele não parou para responder perguntas nem explicou o que queria dizer. Braille é um sistema de escrita lido com a ponta dos dedos e é usado por deficientes visuais.
Bolsonaro fará o discurso de abertura do encontro, na terça (21). O governo não comentou oficialmente qual será o teor do discurso. Na semana passada, o presidente disse em uma live que defenderia o marco temporal para as terras indígenas no Brasil. A promessa deve frustrar a ala moderada do governo, que planejava usar o discurso para tentar reduzir o desgaste nas áreas de ambiente e direitos humanos.
Nesta segunda (20), o presidente brasileiro fará o primeiro encontro bilateral com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Os dois líderes devem tratar de meio ambiente e sustentabilidade, de vacinas contra a Covid-19, do apoio à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da expansão do comércio entre os países no pós-Brexit. Também existe a expectativa, do lado brasileiro, de que tratem da restrição de viagens ao Reino Unido.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Carlos Alberto Franco França, terá uma reunião com o secretário de Estado americano, Antony Blinken. Será o encontro presencial de mais alto nível entre as duas administrações até o momento, uma vez que Bolsonaro e o presidente americano, Joe Biden, ainda não tiveram nenhuma reunião ou conversa bilateral.
Bolsonaro chegou aos EUA neste domingo (19) e está em um hotel em Nova York, onde entrou por uma porta alternativa na tarde deste domingo e não falou com a imprensa. A assessoria de comunicação havia orientado os jornalistas a aguardar na portaria principal e garantido que ele passaria ali. Mais tarde, porém, avisou que ele já estava no hotel e entrou por outra porta.
Cerca de dez pessoas levaram faixas em defesa dos indígenas e pedindo a saída de militares. Ao saber que Bolsonaro já tinha entrado no hotel, gritaram palavras de ordem como “criminoso entra pelos fundos”.
Com informações de Rafael Balago/Folhapress