PT de Salvador quer ampliar diálogo com base, mas exclui PCdoB e PP

                                                                                   Foto: Divulgação

 

O PT em Salvador deve começar nesta semana a intensificar as conversas para a escolha do vice da Major Denice Santiago. A pré-candidata, que até agora mantém uma campanha discreta e sem muito destaque, tem o desafio de atrair legendas robustas para ser mais competitiva na campanha municipal de 2020. De acordo com uma fonte da Tribuna dentro do grupo petista, as primeiras conversas devem começar já amanhã.

“Não conversamos com ninguém ainda. Devemos iniciar a partir de quarta”, revelou um integrante da cúpula petista, em conversa reservada. Ficará de fora, apenas, a pré-candidata do PCdoB, Olívia Santana, que está irredutível e vai até o fim no pleito. “Faremos conversa com todos os partidos da base, menos PCdoB, que já definiu pela candidatura própria”, disse a mesma fonte. Segundo o petista, o PP, coligado com a sigla comunista, também está fora da articulação.

O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de Salvador, Bacelar (Podemos), tem sido alvo de acenos constantes da própria Denice e de sua coordenação de campanha. No último dia 9 de julho, a policial afastada foi ao Twitter parabenizá-lo pela data de aniversário: “Parabéns ao querido deputado Bacelar por mais um ano de vida, sempre dedicando-se a trabalhar pela nossa Bahia e por Salvador. Que todas as energias positivas e do universo o protejam e estejam direcionadas nesse dia para você”, escreveu ela.

Procurado pela reportagem, Bacelar afirmou que nunca teve tratativas nesse sentido. “Nunca tratamos desse assunto. As tratativas que eu tenho tido com o PT e com o governador são todas reafirmando a minha candidatura. Estamos ampliando. Já temos o apoio do PTC e Rede”, declarou, ressaltando que “existe educação, civilidade e carinho” com Denice.

O parlamentar, no entanto, não descarta uma eventual conversa com o grupo do governador Rui Costa (PT). “Eu sou candidato, mas da mesma forma que eu converso com o PSB, com a Rede e com o PTC, conversaria com muito prazer com o PT. (…) A gente precisa ter uma estratégia. A estratégia é contemplar os segmentos”, ressalta.

Bacelar critica a falta de diretriz do grupo do Palácio de Ondina. Para ele, seria preciso haver uma reunião ampla com todos os envolvidos para discutir um projeto oposicionista competitivo para a cidade. “Cada um tem uma ideia, mas precisamos sentar. Os partidos que têm militância em Salvador precisam sentar para conversar”.

“É preciso ter uma conversa para se definir qual será a diretriz. Vamos com um candidato que é estrategicamente é melhor, tudo bem. Agora, a gente vai e discute. O que eu não posso adivinhar o que está na cabeça de cinco ou seis pessoas. Precisaria ter uma conversa entre PT, PCdoB, PSB, Podemos… Pelo menos esses quatro”, continuou.

Questionado se acredita que o governador Rui Costa deveria ter uma participação mais efetiva nas discussões, ele é enfático: “Acho. Ele (Rui) ou a quem ele delegar. Pode ser também senador Wagner. Tem havido conversas bilaterais. Por exemplo, eu conversei com o governador, com Wagner, com Lídice, com Ademário. O time está aí, mas o treinador tem que dizer como jogar”.

Bacelar também negou que haja uma “ciumeira” da base aliada com a atenção dispensada por Rui a Denice. O governador praticamente está toda semana participando de lives (transmissão ao vivo de bate-papos nas redes sociais) ao lado da postulante petista nas redes sociais. “Ciúme nenhum. Agora, quem não quer a presença do governador em uma atividade de sua campanha? O governador tem se saído muito bem no combate ao coronavírus. Gostaria muito. Tenho live diariamente. Agora, o governo vai dizer se ele quer um candidato, dois ou três. Ou alguém tem que dizer”, sugere, ao negar que os demais pré-candidatos estejam isolando Denice. “Não sinto isso. Não sinto isso. Acho que cada um está querendo viabilizar a sua candidatura”. As informações são do jornal Tribuna da Bahia.

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