O plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (15) um projeto de lei que cria uma norma geral para concursos públicos federais. O texto foi aprovado de forma simbólica (sem a contagem de votos) e segue para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), destacou que o texto tramita há mais de 20 anos no Congresso e afirmou que o projeto deve dar mais segurança para concurseiros e para quem promove concursos.
“Em linhas gerais, trata-se do marco, de regras gerais aos concursos públicos, que alcançam, como objetivo fulcral, segurança. Segurança para os que promovem os concursos nas suas várias instâncias, como também, igualmente, aos que se submeterão aos mesmos”, disse.
“Eu sou muito grato ao trabalho que vocês fizeram durante os 580 dias que eu fiquei na Polícia Federal. A minha música eram três bons dias, de manhã, de tarde e de noite. Todo santo dia, durante 580 dias, fazendo frio, calor ou chovendo. Sendo domingo ou feriado prolongado. Aquilo marcou a minha vida”, disse Lula.
“Vocês não têm dimensão do orgulho que eu estou de estar vestindo esta camisa da Petrobras”, completou.
Mais cedo, em entrevista a uma rádio local, Lula disse que pretendia “fazer uma visita na cela onde eu fiquei preso”.
“Só não vou hoje porque a Janja não está comigo, e ela queria ir comigo. Uma das companheiras que organizava a vigília também não pode vir. Eu vou visitar ainda a cela onde eu estive preso”.
O presidente também falou de “juiz insignificante” e “procuradores que integravam uma quadrilha no MPF”, além de criticar as paralisações em obras na esteira da Lava Jato. “Se você quer prender um ladrão, prenda, o que não pode é destruir a empresa, o emprego”, apontou ele.
“Muitas vezes, eu ficava deprimido e chorava quando ficava sabendo de notícias de que companheiros trabalhadores da Petrobras entravam num restaurante para comer ou entravam no bar e muitas vezes era chamado de ladrão”, afirmou.
O petista completou no discurso que “conseguiram criar no imaginário daqueles que não gostam de nós a ideia de que todo mundo na Petrobras era ladrão”, inclusive “os seus trabalhadores”.
Na rádio, ele disse ainda que se sentia bem em Curitiba, onde tem “muitos amigos” e onde o PT “tem uma história muito forte”.
Também disse que ficou emocionado ao ser recebido no aeroporto por uma pessoa que às vezes levava bolo para ele durante a prisão. “Ela foi solidária e gentil quando nem todo mundo queria ser educado e gentil comigo”, disse ele.
Catarina Scortecci e Nicola Pamplona, Folhapress