O ex-deputado federal Heraldo Rocha (União Brasil), que teve cinco mandatos na Assembleia Legislativa (1991-2011), avaliou que ACM Neto, de seu partido, não foi derrotado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), nas eleições de 2022. Segundo ele, o ex-prefeito de Salvador “perdeu para o sistema”. O juízo é o mesmo do próprio Neto, como o próprio já expôs em entrevistas.
“ACM Neto é uma grande liderança nacional. Ele tem um passado histórico. Foi um deputado federal muito bem avaliado, teve um papel importante em nosso partido, o União Brasil. É secretário do partido e presidente da Fundação Índigo. Ele teve uma eleição que foi para o segundo turno”, opinou, em entrevista à Tribuna da Bahia.
“Toda eleição que você perde, há uma série de fatores, não há um fator só. O sistema. Ele perdeu para o sistema. Ele não perdeu para o candidato A nem para o candidato B. Perdeu para o sistema. O sistema é que derrotou ele”, acrescentou Heraldo Rocha.
Ao impresso, Heraldo Rocha sugeriu que Jerônimo estudasse o plano de governo de Neto, apresentado quando candidato no pleito do ano passado. Para o ex-parlamentar, uma “descentralização” estadual, como a implementada em Salvador quando Neto geriu a cidade, seria essencial.
Na ocasião, Heraldo também apreciou positivamente a atuação de Bruno Reis à frente da Prefeitura de Salvador. Sobre o cobiçado posto de vice do atual prefeito, ele indagou: “Quem não quer ser vice de Bruno?”. Para ele, Ana Paula Matos, do PDT, deve ser mantida no cargo.
Heraldo também criticou os primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, o petista tem se limitado a viajar. No entanto, em outro momento da entrevista, ele afirmou que a política externa é importante para a nação.
Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, Heraldo avaliou que as “medidas radicais” contra ele podem fortalecer ainda mais seu nome. “Em política [veja o exemplo de Lula], não se deve fazer medidas radicais. Você sabe que o mártir sempre se destaca. Então acho que esse tipo de ação… Estão promovendo ele [Bolsonaro]”, respondeu.