O nível da água do lago Guaíba, no Rio Grande do Sul, permanece estável na manhã desta sexta-feira (10), com 4,74 metros, mas ainda acima da cota de inundação, que é de 3 metros. O nível representa 14 centímetros a menos que o registrado na noite de quinta.
A informação foi divulgada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura e pela ANA (Agência Nacional de Águas).
O número ainda é considerado alto, uma vez que quando o lago atinge 2,5 metros é emitido um alerta e quando chega a 3 metros é registrada inundação.
No sábado, o lago chegou a 5,30 metros, segundo informações do Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços). O Guaíba subiu após as chuvas que atingiram a região metropolitana de Porto Alegre.Enquanto o Guaíba, localizado na Grande Porto Alegre, tem registro de queda do nível da água, a lagoa dos Patos e o canal São Gonçalo têm aumento do nível da água.
Pelas redes sociais, a prefeitura de Rio Grande afirma que a lagoa dos Patos, que recebe a água escoada do Guaíba, está em 2,37 metros, o nível indica que está 1,57 centímetros acima do nível normal. O nível da lagoa está em alta nos últimos dias. Na quinta-feira (9), a lagoa iniciou em 1,70 metros e registrou alta durante todo o dia.
O prefeito Fábio Branco emitiu um alerta que a população que vive em zonas de risco na cidade devem deixar suas casas. “As pessoas precisam sair destas localidades, se não teremos muitos prejuízos. Teremos dias piores pela frente”, disse ele na noite de quinta-feira.
O canal São Gonçalo, que liga a lagoa Mirim e dos Patos, também registra alta nos últimos dias. Na quinta-feira, o nível da água estava em 2,28 pela manhã. Na madrugada desta sexta-feira, chegou a 2,64 metros.
Pelas redes, a prefeitura de Pelota informa que nas regiões de Valverde e Santo Antônio a população deve deixar suas casas imediatamente. “Localidades de dois balneários devem evacuar imediatamente. As águas já estão subindo”, alerta a prefeitura.
PREVISÃO PARA O FIM DE SEMANA
Segundo análise do IPH (Instituto de Pesquisas Hídricas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a previsão é de uma cheia duradoura.
Há a possibilidade de repique da elevação devido ao efeito das chuvas previstas para o final da semana. No entanto, caso as chuvas não se confirmem, a tendência é de redução gradual do nível -mantendo-se acima de 4 metros por mais de uma semana.
Na cheia histórica de 1941, o rio demorou 32 dias para descer ao nível de 3 metros.
O estado chegou nesta quinta à marca de 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas.
O número de desalojados por causa das tempestades dobrou, de acordo com a Defesa Civil. Boletim divulgado na manhã de quinta mostrava que 164.583 pessoas tiveram de deixar suas residências por causa da inundação. No início da noite, a quantidade saltou para 327.105 vítimas nessa situação.
Folhapress