Foto: Reprodução
O presidente da Evergrande, gigante do setor imobiliário da China, afirmou aos funcionários da empresa confiar que o grupo sairá “em breve de seu momento mais obscuro”, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (21), após um dia de temores e tombos nas bolsas de todo o mundo.
A incorporadora imobiliária enfrenta a revolta de compradores e investidores, que temem perder dinheiro com a possível falência da Evergrande, que tem dívidas superiores a US$ 300 bilhões.
O empresário escreveu ainda que a empresa retomará por completo seu trabalho e produção, garantirá a entrega dos imóveis e “apresentará uma resposta responsável aos compradores de casas, investidores, sócios e instituições financeiras”, informa a agência France Presse.
A carta felicita os funcionários pelo Festival do Meio do Outono, uma tradição importante na China, celebrada com dois dias livres. O texto foi divulgado após um dia de pânico nas Bolsas asiáticas e ocidentais, com o temor de que uma falência da gigante imobiliária afete a economia chinesa e o resto do mundo.
A crise da Evergrande provocou protestos incomuns diante dos prédios da empresa na China, organizados por investidores e fornecedores que exigiam seu dinheiro. Algumas pessoas afirmaram que devem receber até um milhão de dólares da empresa.
O grupo admitiu na semana passada que está sob “tremenda pressão” e que pode não ter capacidade de pagar suas obrigações.
O Hang Seng, índice de referência da bolsa de Hong Kong, fechou em alta de 0,51%, devolvendo apenas uma pequena parte do tombo da sessão anterior, com o setor imobiliário do índice fechando a sessão de hoje em alta de 2,97%, depois de cair 6,69% ontem.
A ação da Evergrande recuou 0,44% nesta terça-feira estendendo as perdas no mês a 47,93% e as quedas no ano a 84,76%, ainda refletindo os temores sobre a crise de liquidez da segunda maior incorporadora imobiliária da China.
Os mercados financeiros seguem fechados na China continental, porém, e voltarão do fim de semana estendido apenas amanhã. O governo chinês ainda não deu sinais de que vai intervir para evitar qualquer efeito dominó na economia global, destaca a agência Reuters.
Os investidores, entretanto, permaneceram cautelosos. “Se for permitido o default de uma parte da dívida da Evergrande, isso provocará questões sobre toda a dívida remanescente com os investidores e o governo não quer uma crise mais ampla como essa”, disse o diretor gerente da Orient Capital Research.
As informações são do G1