Falta de transparência com resultado de vacina russa preocupa especialista

                                                                                    Foto: Divulgação

 

Para tentar acabar com a pandemia da Covid-19, instituições do mundo inteiro iniciaram uma corrida para desenvolver a vacina contra o novo coronavírus. Das quase 170 vacinas existentes, a Russa ganha destaque, já que o país anunciou já ter um modelo pronto, apesar de ainda estar em testes.

Segundo o biomédico Vinicius Said, em entrevista na manhã desta segunda-feira, 17, para o ‘Isso é Bahia’, na rádio A TARDE FM, a maior preocupação em relação a vacina russa é a falta de transparência do país com os resultados das etapas de produção.

“O que me deixa intrigado é porque todo ensaio clínico precisa passar por algumas fases até o medicamento ser injetado no ser humano. A partir do momento que cada fase é executada, estes artigos científicos precisam ser publicados internacionalmente para que todos os pesquisadores e pessoas leigas possam ter acesso. Infelizmente a gente não tem informações suficientes nestes artigos publicados”, pontua o biomédico.

Para que uma vacina seja aprovada, são necessárias três fases. Primeiro inicia-se as pesquisas em laboratórios com testes em animais. Depois começa a primeira fase, também chamada de fase pré clínica, quando se estabelece o grupo de controle, ou seja, quais as pessoas que vão participar deste estudo e definir qual a dose do medicamento injetada.

Em seguida tem a segunda fase, que vai discutir a ação da vacina no organismo. Por último a fase três, quando se distribui para um número maior de pessoas e se analisa, por exemplo, questões éticas, populacionais e diferenças de regiões.

“Quando já temos uma segurança com todos os itens citados que se autoriza a comercialização do medicamento”, comenta Vinicius.

Corrida desenfreada

Vinicius teme que esteja acontecendo uma corrida desenfreada no mundo em busca da vacina e que empresas e países possam acabar não priorizando, de fato, a eficácia do medicamento.

“A gente tem, de fato, um planejamento que diz respeito o medicamento e chegou a fase de testar. Mas me preocupa essa exposição da população em massa que precisa ser testada”, pontua.

Outro ponto destacado pelo biomédico é o preço da vacina quando esta for lançada no mercado. O especialista disse, ainda em entrevista para o ‘Isso é Bahia’, que é necessário que a vacina chegue acessível para toda população, já que se trata de uma pandemia.

“A gente sabe que as indústrias farmacêuticas tem um grande poder sobre a questão dos preços dos medicamentos e vacinas, mas os governos, de um modo geral e nível internacional, estão discutindo sobre isso. Já que se trata de uma pandemia e a gente atinge todos os níveis e classes, é necessário ofertar a toda população com algo acessível”, afirma Vicinius.

“Salienta-se também a importância do Sistema Único de Saúde também para poder assumir essa parcela de pessoas que, infelizmente, não tem acessibilidade tão grande a este tipo de custo”, finaliza o biomédico. As informações são do jornal A Tarde.

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