Embaixador brasileiro critica reportagem do NYT sobre ameaça de elo Bolsonaro-Trump a eleições no Brasil

trum e bolsonaro

A embaixada brasileira publicou no sábado (13), em sua conta no Twitter, uma carta enviada ao jornal The New York Times classificando de partidária e preconceituosa a reportagem “A conexão Bolsonaro-Trump que ameaça as eleições brasileiras”, publicada pelo veículo na quinta-feira (11). O texto foi assinado pelo embaixador em Washington, Nestor Forster Jr..

A carta afirma que a reportagem segue uma “narrativa construída para desacreditar as instituições brasileiras, que o jornal, do ponto de vista preconceituoso, julga ‘vulneráveis’”.

O documento continua, dizendo que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “foi eleito em outubro de 2018 com mais de 57 milhões de votos, ou 55% dos votos válidos” e que seu mandato é marcado pelo “respeito aos valores cardeais do Estado de Direito e separação de poderes consagrados na Constituição Federal”.

“O Brasil é uma democracia vibrante que desempenha um papel construtivo na região e em todo o mundo, e é lamentável ver o New York Times impor a seus leitores uma visão partidária de questões e acontecimentos em meu país”, diz o trecho final da carta.

Na reportagem, o New York Times lista as mensagens de apoio e os encontros do ex-presidente Donald Trump e seu assessor Steve Bannon, além de parlamentares republicanos como Mark Green, com representantes e familiares do governante brasileiro.

No texto, o jornal também menciona a visita do assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, ao Brasil, quando afirmou a Bolsonaro que o governo americano acredita que as instituições brasileiras são fortes e podem conduzir eleições livres e justas com o sistema eleitoral atual.

“Para o presidente brasileiro, que se encontra cada vez mais isolado no panorama mundial e impopular em casa, o apoio americano é um impulso bem-vindo. O nome Trump é um grito de guerra da nova direita brasileira e seus esforços para minar o sistema eleitoral dos EUA parecem ter inspirado e encorajado Bolsonaro e seus apoiadores”, diz trecho da reportagem.

Na época da visita de Sullivan, os americanos disseram estar preocupados com as alegações falsas de que teria havido fraude eleitoral em 2018. Segundo um alto funcionário americano disse à Folha, “os Estados Unidos foram muito diretos ao expressar a grande confiança que depositam na habilidade atual das instituições brasileiras de realizarem eleições livres e justas, com salvaguardas adequadas para evitar fraudes”.

“Ressaltamos a importância de não minar a confiança no processo, especialmente porque não há evidências de fraudes em eleições anteriores no Brasil”, disse.

Bolsonaro já fez diversos ataques ao sistema eleitoral brasileiro, investindo de forma insistente na defesa do voto impresso para o pleito presidencial no ano que vem, chegando a afirmar que, se a mudança não ocorresse, não haveria eleições.

O Brasil enfrenta hoje uma forte crise de imagem fora do país devido ao avanço do desmatamento da Amazônia e pelo histórico de declarações de Bolsonaro, muitas vezes de embate com outros líderes.

Exemplo mais recente dessa crise foi o isolamento do presidente brasileiro na reunião do G20, na Itália, no fim de outubro. Bolsonaro encerrou sua participação no grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia sem nenhuma reunião bilateral com líderes globais em sua agenda nem integração social com eles.

Em vez disso, ele preferiu usar o tempo para caminhar pelas ruas de Roma, seguido por cerca de duas dúzias de apoiadores que se articulam por canais de WhatsApp.

As informações são da Folhapress                         

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