Economistas do PT se assustam com entrada de Henrique Meirelles na campanha

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A declaração de apoio de Henrique Meirelles a Lula (PT) em evento de campanha do ex-presidente inquietou economistas que estão participando da elaboração do programa de governo do PT. O sinal amarelo acendeu justamente pelo temor de que, se eleito, o petista chame o ex-presidente do Banco Central para ocupar um cargo na área econômica, ou mesmo que ele tenha algum tipo de influência nas decisões de políticas públicas.

Ao contrário do mercado financeiro, que vibrou com a presença de Meirelles na campanha, economistas do PT lamentaram a volta dele aos palcos do partido.

A razão que causa reações diferentes nos dois lados é justamente o que Meirelles simboliza: a adoção do teto de gastos e de uma política fiscal ortodoxa, que não estão incluídos no programa do candidato petista.

Depois do encontro com Lula, Meirelles defendeu justamente propostas alinhadas a esse pensamento econômico. Economistas reagiram em grupos de discussão afirmando, por exemplo, ser “muito preocupante” as declarações do ex-presidente do Banco Central que associavam a discussão do teto de gastos com o fechamento de estatais.

Meirelles afirmou que o encerramento das atividades de algumas delas geraria recursos para gastos sociais dentro do teto.

À frente de Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas, o ex-presidente Lula tem sido genérico sobre suas propostas na área econômica e tem diversificado suas companhias quando se encontra com empresários, evitando sinalizar de forma contundente quem comandará o Ministério da Economia, por exemplo.

Ele já foi a encontros reservados com o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), com o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante (PT), com o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que é candidato ao Governo de SP.

Mônica Bergamo/Folhapress

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