Time de Guedes festeja saída de Weintraub do MEC e teme estragos no Banco Mundial

Foto: Reprodução

 

 

A saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação foi celebrada, nos bastidores, por membros do Ministério da Economia.

A demissão é vista como uma chance de aproximação e redução de atritos entre os Poderes, especialmente em um momento em que a pasta busca articular reformas econômicas e reestruturação de programas sociais no Congresso.

Por outro lado, representantes da pasta e negociadores brasileiros afirmam que a indicação do ex-ministro ao posto no Banco Mundial, em Washington, tem grande potencial de dano ao país, a depender do comportamento do ocupante da cadeira.

A avaliação na área econômica é de que o ex-ministro terá de se abster do tom de confronto e das rotineiras falas polêmicas, já que, a partir de agora, suas declarações serão interpretadas internacionalmente como posições do governo brasileiro.

Nesta quinta-feira, foi anunciada a demissão de Weintraub do Ministério da Educação. No mesmo dia, foi confirmada sua indicação para ocupar o cargo de diretor-executivo no Banco Mundial para um grupo de nove países acionistas do qual o Brasil faz parte.

Weintraub disse nesta sexta-feira (19) que deixará o país em breve. “Aviso à tigrada e aos gatos angorás (governo bem docinho). Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). Não quero brigar! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!​”, escreveu em uma rede social.

Internamente, o ministro Paulo Guedes (Economia) já demonstrou descontentamento em relação a Weintraub.

Na avaliação da equipe de Guedes, as constantes polêmicas nas quais Weintraub se envolvia produziam ruídos no governo e criavam rusgas com o Congresso e o Judiciário. Com a demissão, membros da pasta esperam que as negociações com o Legislativo fiquem mais fáceis.

Nos próximos meses, Guedes quer dar vazão a uma pauta de retomada da economia, com reformas estruturantes e a criação de um novo programa de empregos com encargos reduzidos. Também entrará no pacote uma reformulação de programas sociais.

O tema é considerado delicado porque o ministro quer revisar ou até extinguir programas considerados ineficientes, como abono salarial, farmácia popular e seguro-defeso.

Entretanto, se a demissão gerou relatos de alívio, a nomeação para o Banco Mundial tem gerado preocupação. Técnicos avaliam que frases colocadas por Weintraub sem o devido cuidado poderão fazer estragos nas relações do Brasil com outros países.

A diretoria-executiva já foi ocupada por Pedro Malan, Murilo Portugal e Otaviano Canuto, considerados bons negociadores e diplomatas. A decisão de Bolsonaro presentear um aliado com a função no Banco Mundial também foi criticada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já tinha se manifestado a favor da troca de comando no MEC. As informações são da Folha de São Paulo.

 

 

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