“Temos que passar a faca no Sistema S”, diz secretário de Guedes sobre bolsa para jovens

Foto: Reprodução/Agência Brasil

 

 

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu “passar a faca” no Sistema S com o objetivo de se obter recursos para o pagamento de bolsas para a qualificação de jovens carentes.

A intenção do governo é usar recursos do Sistema S para o financiamento de um novo programa voltado ao treinamento profissional de jovens carentes. Mas os dirigentes das entidades resistem à mudança.

“Temos que passar a faca no Sistema S para passar para o jovem carente”, afirmou em live promovida pelo jornal Valor Econômico nesta sexta-feira (23). “Não podemos deixar uma geração inteira de jovens pobres ser sacrificada porque algum lobby não quer dar uma contribuição mais do que justa neste momento”, afirmou.

Segundo ele, o desenho do programa prevê um pagamento de R$ 550 ao jovem que não tem condições de voltar aos estudos. Metade seria paga pelo Sistema S e a outra metade pela empresa para a qual o indivíduo trabalha.

No exemplo do secretário, o jovem poderia trabalhar pela manhã e à tarde passar por um treinamento profissional de duas ou três horas.

Segundo Sachsida, a previsão é que o programa demande R$ 6 bilhões em recursos do Sistema S -menos de um terço dos cerca de R$ 20 bilhões arrecadados pelo Sistema S por meio dos cofres públicos.

“Está na hora de o Sistema S ajudar. Temos um sistema que tem bilhões em caixa e em imóveis. Tem dirigentes que ganham R$ 60 mil por mês. É inaceitável esse sistema não aceitar contribuir com um programa de qualificação de jovens carentes”, afirmou.

A fala de Sachsida resgata uma frase de 2018 do ministro Paulo Guedes (Economia). “Como é que você pode cortar isso, cortar aquilo e não cortar o Sistema S? Tem que meter a faca no sistema S também”, afirmou Guedes em dezembro de 2018.

Mais de dois anos depois, no entanto, o governo não colocou em prática mudanças nas regras do Sistema -que reúne entidades como Sesc, Sebrae e Sesi.

As entidades não são integrantes da administração pública -embora recebam recursos arrecadados por ela. Por causa dessa dualidade, são pessoas jurídicas de direito privado chamadas de “paraestatais”.

Com informações de Fábio Pupo, Folhapress

 

 

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