Suíca e Sílvio Humberto repudiam racismo retratado em peças de cerâmica

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O vereador de Salvador e presidente da Comissão de Reparação da Câmara, Luiz Carlos Suíca (PT), repudiou o racismo e a intolerância religiosa retratados em peças de cerâmicas vendidas na loja Hangar das Artes, no Aeroporto de Salvador. Nesta terça-feira (8), o parlamentar também defendeu o jogador do Flamengo, Gabriel Barbosa, mais conhecido como Gabigol, que foi chamado de “macaco” durante partida no último domingo (6).

“É um incômodo social profundo que sinto diante desses casos. Nosso mandato vai acompanhar os dois episódios. Primeiro, queria evidenciar que a loja colocou as réplicas de cerâmica de negras e negros escravizados à venda e na tentativa de se retratar, cometeu mais um crime além de racismo, a intolerância religiosa”, aponta Suíca. De acordo com a justificativa da loja, os objetos não se referem aos escravos e sim à figura do ‘Preto Velho’.

“Outro erro! Não se pode desmerecer um representante da religião de matriz africana, para justificar um erro de colocação de peças que representavam os escravos. O erro está em coisificar algo que trouxe sofrimento e dor, como um bibelô e, para além disso, tornar uma entidade religiosa algo de menor importância histórica para justificar um erro de apresentação”, descreve o vereador.

Por sua vez, o vereador Sílvio Humberto (PSB) também manifestou repúdio contra a loja Hangar. “Quando uma pessoa se dá ao trabalho de reproduzir essas figuras, de colocar escravos de cerâmica à venda, é um comportamento típico do racismo que não reconhece e retira a nossa humanidade. Isso mostra como o racismo é normalizado em nossa sociedade, chegando a ser vendido como se fosse uma lembrança, algo que não provoca dor”, frisou o vereador.

Humberto defende um boicote à loja e orientou que a denúncia fosse feita junto ao Ministério Público Estadual (MP-BA).  “A cidade mais negra fora de África precisa urgentemente assumir o compromisso com seu povo e isso perpassa em entender as histórias, as narrativas e memórias negras”, concluiu.

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