Diante da falta de definição sobre o Carnaval baiano em 2022, o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia posicionou-se contra a realização da festa. Defendendo que “Carnaval é aglomeração”, a associação profissional escreveu uma carta aberta aos agentes públicos para que a folia continue suspensa devido à pandemia de Covid-19.
“Nos últimos dois anos, infelizmente, todos perderam muitas pessoas próximas. A classe amargou a morte de muitos colegas profissionais e médicos”, destacam os médicos baianos.
Entre os fatores levantados está o receio de uma nova onda da Covid-19 no Brasil, assim como acontece pela quarta vez na Europa. Outra preocupação da categoria é com os pacientes de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e câncer, que foram afetados durante a pandemia com a falta de estrutura hospitalar para cuidar dos casos mais graves. “Com a pandemia, a propagação da Covid-19 na escala da maior festa popular do planeta poderia ser catastrófica”, relata também a carta.
O argumento do Sindimed caminha ao lado das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os carnavais brasileiros.
A diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS, Mariângela Simão, mostra-se receosa com os resultados das celebrações momescas. “Me preocupa quando vejo no Brasil a discussão sobre o Carnaval. É uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022″, disse ontem, 22, no Congresso Brasileiro de Epidemiologia.
A OMS estima que nos países europeus, foram registrados 440 mil novos casos da doença. Em países de baixa renda, há menos de 5% das pessoas com pelo menos uma dose.
As informações são do A Tarde