Salvador voltou a perder posições e agora deixou de aparecer no “top 10” da economia brasileira. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios do país é referente ao ano de 2019 e foi divulgado na manhã desta sexta-feira (17) conjuntamente pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2018 – levantamento mais recente até então -, a capital baiana já havia caído de 9ª para 10ª economia do Brasil e deixado o posto, pela primeira vez desde o início da série histórica, de município de maior PIB da região Nordeste, sendo ultrapassada por Fortaleza nos dois rankings.
Em 2019, Salvador somou um Produto Interno Bruto de R$ 63.804 bilhões, ante R$ 63.535 bilhões do ano anterior. Já a capital cearense, saiu de R$ 66.381 bilhões para R$ 67.413 bilhões.
Localmente, o resultado da capital baiana, proporcionalmente, também foi negativo. A cidade foi a que mais perdeu importância no PIB baiano – uma queda de 0,44%. Na outra ponta, Camaçari aumentou sua participação na economia estadual em 0,62%.
Os índices desfavoráveis, de acordo com o coordenador de Contas Regionais da SEI, João Paulo Caetano, foram puxados, principalmente, por quedas em três setores.
Na indústria, a construção civil, sinaliza Caetano, foi atingida em cheio pela Operação Lava Jato. De acordo com ele, houve uma queda de 10% no setor, na Bahia, “afetando diretamente a construção civil em Salvador”.
“Houve uma perda de 10% de empresas e igualmente de ocupações na construção civil. Na medida que a construção teve uma produção negativa, outros setores foram afetados, como o de extração de minerais, brita, vidro, areia, arenoso… Tudo isso depende da construção civil. Na medida que a construção foi afetada, essas atividades também foram impactadas. Do lado da indústria, esses foram os principais fatores”, explica o especialista.
Já no setor de serviços, segundo João Paulo Caetano, a queda foi puxada pelos ramos de alojamento e alimentação, “setores muito associados ao turismo”.
De acordo com o coordenador de Contas Regionais da SEI, Salvador responde por mais de 50% do turismo baiano, que registrou retração no período. “Se eu tenho redução [do turismo na Bahia], naturalmente, então, Salvador vai ser mais afetada”, explica.
Quedas menores também contribuíram para o resultado ruim da capital baiana. “Outras atividades, como comércio e o setor imobiliário, mas não foram tão significativas”, acrescenta Caetano.
As informações são do A Tarde