Rui sobre covid: “Quem despreza o adversário tende a ser derrotado”

                                                                             Foto: Romildo de Jesus 

 

O governador Rui Costa (PT) criticou o combate ao Covid-19 no Brasil na semana em que o vírus matou 60 mil brasileiros. Durante a cerimônia de hasteamento das bandeiras na celebração do Dois de Julho em Salvador, realizada na manhã de ontem, o petista disse que o país escolheu estratégias erradas para combater o vírus.

“A batalha do coronavírus no Brasil tem sido longa demais. Infelizmente o país não escolheu a estratégia correta para enfrentar o vírus. Minimizou o adversário e toda vez que você despreza o adversário, seja numa guerra ou no esporte, você tende a ser derrotado. Quem entra de salto alto achando que já ganhou a partida no esporte, por exemplo, costuma sair derrotado”, declarou. “Os países do ocidente em especial que minimizam o vírus estão pagando um preço muito alto e nós estamos pagando um preço alto. Chegamos no 2 de julho com quase 120 dias. Nenhum país do mundo ficou tantos dias nessa situação, tentando conter o vírus, fechando abrindo, abrindo e fechando”.

Na ocasião, Rui ainda citou o prefeito ACM Neto (DEM). Os dois têm alinhado discurso, apesar de serem adversários políticos. “Todos que estão colocando a vida humana como prioridade chegam à exaustão, às vezes psicológica, pelo volume de pressão, pela dispersão de opiniões que se estabilizou no Brasil”.

Ele disse tem estudado de maneira criteriosa a possibilidade de liberação do comércio no estado. “Estamos há duas semanas com média de 50 mortes por dia. Em 30 dias poderemos ter 1.500 mortes. Ontem recebi uma carta da Federação do Comércio para que abra tudo em todo o Estado. Qual o limite aceitável para essas pessoas de número de mortes que podemos aceitar para decidir abrir o comércio de qualquer jeito dizendo que apenas os estabelecimentos tomarão cuidado?”, questionou.

“É aceitável 1.500 mortes por mês? Que não está aberto, se abrir, pular para 3 mil por mês? Fica parecendo que aqui tem autoridade que decide sozinho o futuro das pessoas, mas temos que decidir conjuntamente: o que a sociedade baiana quer? Quer admitir 3 mil morte/mês? Porque vai dobrar. Não tenham dúvida, uma semana depois de abrir, vai dobrar. Ninguém pode dizer que não sabia o que iria acontecer”, completou.

Também estiveram presentes no local os presidentes da Assembleia Legislativa da Bahia, da Câmara de Vereadores e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Nelson Leal, Geraldo Júnior e Eduardo Morais de Castro, respectivamente, entre outras autoridades e a imprensa.

ZAMBELLI

Rui Costa também se manifestou sobre uma declaração de Carla Zambelli (PSL), deputada federal aliada de Jair Bolsonaro, sobre uma possível investigação da Polícia Federal na Bahia contra ele e o governador de São Paulo, João Dória. “Se ela comanda hoje os órgãos, eu só tenho a lamentar isso”, respondeu ao ser questionado pela imprensa sobre o assunto, ironizando. “Olhe minha cara de preocupado com isso. Quem tem consciência da correção, não tem receio de absolutamente nada”.

A declaração de Zambelli foi feita à Rádio Gaúcha na última terça-feira. Na ocasião, ela disse: “É bem possível [que atinja Doria]. Outra pessoa que tem que estar preocupada é o governador da Bahia. Deve ter tido um superfaturamento ali”.

Rui ainda criticou uma recomendação feira pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) para que o contrato de gestão do Hospital Espanhol não fosse renovado. “A gente tem coisas que precisam ter o mínimo de bom senso. Você notifica um órgão público, dá 10 dias e, no dia seguinte, solta nota para a imprensa, falando que não recomenda renovação. Quem iria renovar contrato de emergência? De onde saiu essa ideia?”, questionou. As informações são o jornal Tribuna da Bahia.

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