Policiais federais se irritam com promessas não cumpridas de Bolsonaro

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O reiterado descumprimento de promessas pelo governo Bolsonaro é um dos principais fatores citados por policiais federais para criticar a concessão de aumento de 5% a todas carreiras federais, o que descartaria a reestruturação prometida às categorias federais da segurança pública.

Desde que o aumento começou a ser noticiado e não foi desmentido pelo governo, as entidades representativas dos delegados, peritos e agentes federais passaram a se reunir para debater qual será a resposta a ser dada.

Ainda nesta semana, as classes internas da PF devem votar uma mobilização permanente como forma de protesto contra a sinalização do governo de que não irá utilizar o R$ 1,7 bilhão reservado no Orçamento para reestruturar as carreiras da segurança.

A Fenapef, que representa os agentes federais, decidiu nesta terça (19) ficar em estado de prontidão e mobilização permanente. No dia 28 de abril está marcada uma manifestação em todos os estados para cobrar posicionamento do governo.

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) reuniu seus associados nesta terça e deve decidir qual será sua posição até a noite da quarta (20).

A APCF (Associação Nacional dos Peritos Federais Criminais) apresentou suas propostas em reunião nesta terça e a votação sobre quais serão as medidas a serem tomadas deverá sair de uma votação prevista para a sexta (22).

Em todas as classes, o descumprimento da promessa de reestruturação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, é considerado como mais um revés imposto pelo governo que se elegeu com a bandeira de defesa e valorização da polícia.

Além da reestruturação, eles citam as perdas com o aumento da alíquota de contribuição imposto pela reforma da Previdência e a PEC Emergencial, aprovada em março de 2021 com apoio da base do governo, que prevê um gatilho para congelamento de salário e proibição de progressão na carreira e novas contratações sempre que houver decretação de estado de calamidade ou quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes alcançar 95%.

Em todos os casos, afirmam os policiais, havia a promessa do governo de deixar os policiais de fora e, na última hora, o acordo não foi cumprido.

Os policiais lembram que além das promessas de Bolsonaro, no dia 28 de março, o ministro Anderson Torres garantiu em uma reunião com as entidades que a reestruturação seria realizada. O Ministério da Justiça foi procurado, mas não se manifestou.

Fabio Serapião, Raquel Lopes e Fábio Pupo/Folhapress

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