“O Estado sofreu muita fraude”, diz Rui Costa sobre caso dos respiradores

Foto: Divulgação

 

 

Em entrevista concedida à Rádio Feliz FM, o governador Rui Costa (PT) comentou na manhã desta segunda-feira (15) sobre diversos assuntos. O mais polêmico, entretanto, coube ao caso da compra de 300 respiradores junto à Biogeoenergy e Hempcare, no valor de R$ 48 milhões, para o Consórcio Nordeste, grupo formado pelos nove estados da região.

Os equipamentos não foram entregues, assim como o recurso não foi devolvido. O objetivo era abastecer os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no combate à Covid-19 (novo coronavírus) no estado, que estão à beira de um colapso. Deste total, R$ 10 milhões foram da Bahia.

“Por causa da situação da pandemia, você se submete a pagar antecipado. Quando você paga à vista o risco é muito maior. O estado sofreu uma fraude”, exaltou-se Rui Costa. De acordo com ele, foram abertos procedimentos internos para a apuração da responsabilidade, processo cível e investigação criminal.

“Aqueles que acham que vão me constranger e me emparedar com este tipo de comportamento estão muito enganados. Só quem fica intimidado é quem tem rabo preso”, disparou, referindo-se à decisão do Ministério Público Federal (MPF), que instaurou inquérito civil para investigar possíveis atos de improbidade administrativa no contrato firmado pelo Consórcio, presidido pelo governador baiano.

No último dia 8, o processo referente à Operação Ragnarok, da Polícia Civil, que prendeu três empresários responsáveis pelo negócio, e tramitava na Justiça baiana, foi encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por processar e julgar governadores.

Quando questionado sobre uma possível recessão no estado, Rui Costa disse que já estamos vivenciando uma recessão. “A queda de arrecadação do estado é muito significativa. No mês passado, chegou a 40%, e neste mês 30%. É muito alto considerando o orçamento, que é muito apertado. Segundo o governador, a perspectiva é de prejuízo “gigantesco”. “Temos feito reuniões diárias, reorganizando as despesas e planejando a retomada da economia”.

De acordo com o gestor estadual, houve uma redução da taxa de crescimento dos casos de coronavírus no estado, o que não significa que chegou ao platô, quando há estagnação no número de novos casos da doença. “Estamos com uma taxa de crescimento de 4% de crescimento na Bahia e em torno de 2%, na procura de leitos hospitalares. Isso quer dizer que a doença perdeu força, mas ainda não chegou ao fim”, afirmou.

Segundo Rui, a região do extremo sul da Bahia é a que mais preocupa. Em Teixeira de Freitas, por exemplo, a taxa de crescimento é de 70% nos últimos cinco dias. Em Gandu, o índice também é um alerta: está em 62% no mesmo período.  Outras cidades que estão com ritmo acelerado de contágio da Covid-19 são Valença (56%), Simões Filho (41%) e Candeias (30%). As informações são do A Tarde.

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