“Não há possibilidade de recuperação imediata após 4 anos de ataques”, diz reitor da Ufba sobre Bolsonaro

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O reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, reconheceu que ainda há muito a ser recuperado após os últimos quatro anos de ataques às universidades federais e que isso ainda levará muito tempo. Em entrevista à Rádio Metropole, nesta quinta-feira (9), o educador falou sobre as expectativas de mudanças e os desafios que a universidade ainda tem a enfrentar.

“A situação mudou. Mas não há nenhuma possibilidade, diante do grau de destruição a que várias áreas do Estado Brasileiro foram submetidas ao longo dos últimos quatro anos, de uma recuperação imediata”, disse.

Durante a entrevista, Miguez falou sobre o encontro que aconteceu no mês de janeiro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os reitores das universidades federais do país. Para o educador, a reunião representou o respeito e o reconhecimento da importância das universidades como atores fundamentais da vida brasileira.

“Algo que ao longo dos últimos 4 anos não acontecia. Nós fomos desrespeitados, por aqueles, inclusive, que tinham a missão institucional de defender a universidade. Nós fomos objeto de ataque o tempo inteiro, ataques das mais diversas ordens. E a Ufba, em especial, foi uma das escolhidas para ser objeto permanente de ataque. Fomos acusados de coisas absurdas”, lembra o reitor.

Apesar da expectativa de mudanças, a universidade ainda tem desafios a enfrentar. De acordo com Miguez, o orçamento da universidade para o ano de 2023, determinado pelo governo Bolsonaro, é inferior ao de 2022 e menor também do que o estipulado para oito anos atrás. A estimativa do reitor é que seria necessário um reajuste de cerca de 40% ou R$111 milhões a mais, para enfrentar os desafios da universidade.

“A Ufba ainda tem muitas feridas abertas. Sabe que demorarão para cicatrizar, mas a universidade continua aberta, com a cabeça erguida e absolutamente tranquila com relação aos desafios que tem pela frente. Que não serão vencidos de imediato”, afirmou.  

Metro 1

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