Ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) defendem a adoção de uma solução rápida para evitar que o mega-aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10) seja repassado ao consumidor.
A solução, avaliam integrantes do Executivo, é elaborar um programa de subsídio ao diesel com efeito imediato, para permitir ao governo bancar uma parte dos valores cobrados nas bombas.
A medida contraria a posição do ministro Paulo Guedes (Economia), que quer aguardar os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia sobre os preços do petróleo.
A percepção de ao menos três ministros e também na cúpula do Congresso Nacional é que a aprovação do projeto de lei que reduz tributos sobre o diesel ameniza o baque no bolso dos brasileiros, mas não soluciona o problema.
Bolsonaro disse que a redução dos tributos deve amortecer R$ 0,60 do aumento de R$ 0,90 no diesel anunciado pela Petrobras. Estimativas do governo indicam que os outros R$ 0,30 poderiam ser compensados com um subsídio de R$ 2 bilhões ao mês.
Para um programa de três meses, o custo ficaria na casa dos R$ 6 bilhões.
A estratégia também é eleitoral. A avaliação na ala política do governo é que o aumento nos combustíveis vai gerar uma reação em cadeia em outros produtos, inclusive alimentos, mantendo a inflação elevada após 2021 ter registrado uma alta de 10,06% —a maior desde o governo Dilma Rousseff (PT).
Se o aumento do combustível por si só já mina a imagem do governo, uma alta inflacionária seria letal para a reeleição de Bolsonaro, dizem aliados do presidente. Por isso, a avaliação é que o custo de R$ 6 bilhões compensa diante dos benefícios de conter o desgaste.
com informações de Julia Chaib, Idiana Tomazelli e Marianna Holanda/Folhapress