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O general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, disse nesta terça-feira (9) em reunião ministerial que o governo trabalha para divulgar 100% dos dados referentes a mortos e infectados pelo coronavírus e reafirmou a intenção da pasta de mudar o registro de óbitos pela doença.
O ministro afirmou que o governo propõe alterar a forma como são compiladas as mortes para que os óbitos sejam registrados na data da morte do doente e não no dia em que houve a notificação de que houve a morte.
Segundo ele, assim seria possível ter um cenário mais real sobre o comportamento do coronavírus.
Em coletiva de imprensa nesta segunda (8), integrantes do Ministério da Saúde já haviam afirmado que a pasta vai adotar o modelo de divulgação com dados com base na data de ocorrência dos óbitos e não pela data de notificação, como vinha acontecendo desde o início da pandemia. O modelo que será abandonado também é usado por praticamente todos os países.
Uma consequência é que os números de mortes serão menores. Isso porque o compilado dos óbitos pela data da notificação considerava não apenas os casos das últimas 24 horas mas também as mortes anteriores que ainda aguardavam a confirmação da infecção pelo novo coronavírus.
A mudança na divulgação de mortes e casos confirmados pela Covid-19 começou na quarta-feira (3). Naquela data, o Brasil registrou um recorde de mortes, chegando à marca de 1.349 novas mortes em 24 h e 28.633 novos casos.
Alegando um problema técnico, o Ministério da Saúde disse que o boletim do coronavírus seria divulgado excepcionalmente apenas após as 22h, ou seja, após o fechamento das edições dos principais jornais diários e da emissão dos telejornais da noite.
No dia seguinte, o país bateu um novo recorde —1.473 óbitos em 24 horas, o que representava uma morte por minuto — e, pelo segundo dia seguido, o Ministério da Saúde atrasou a divulgação do boletim.
A divulgação às 22h se repetiu na sexta-feira, e o boletim daquele dia excluiu pela primeira vez o total de mortos e casos de infecção pelo novo coronavírus registrados desde o início da pandemia.
Após críticas do Judiciário, do Legislativo e de outros setores, nesta segunda (8) o Ministério da Saúde recuou e afirmou que divulgaria todos os dados. Nesta terça, Pazuello disse que não haverá horário para divulgação dos números e que eles ficarão disponíveis por 24 horas em plataforma do Ministério da Saúde.
“A hora que o dado chega [dos estados], ele é compilado e colocado à disposição”, afirmou. “Os dados precisam ser completos e sem nenhuma dificuldade de acesso”, disse o ministro. Pazuello disse que conversava havia 20 dias com o presidente sobre a mudança na compilação e divulgação dos dados. (Folha de S. Paulo)