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O clima no governo é o pior possível para o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ministros palacianos já não escondem que querem ver o comandante da pasta pelas costas, e se mostram contrariados com o apego do economista ao cargo.
Nas palavras de um deles, ‘ninguém aguenta mais o Paulo Guedes’, mas ele “só sai dali [da Economia] à força’. Ou seja, mesmo com a debandada de sua equipe, e desautorizado recorrentemente por Jair Bolsonaro, o ministro mostraria disposição de permanecer à frente da pasta.
Guedes, na visão desse colega, seria “muito complicado” e não conseguiria solucionar questões fundamentais para o governo, como a do financiamento do Auxílio Brasil, programa que pretende dar R$ 400 a famílias vulneráveis do país.
O assunto, na análise desse mesmo, auxiliar, está sendo discutido há mais de um ano, sem que o Ministério da Economia conseguisse encontrar uma forma de viabilizá-lo dentro das normas então vigentes do teto de gastos.
Além disso, Guedes não conseguiria ter clareza no diálogo com o mercado, falhando em dizer que a política de agora em diante será essa mesma, de maior gasto, uma exigência da conjuntura de crise social que o país atravessa.
Na quinta (21), a decisão de Bolsonaro de turbinar gastos em ano eleitoral e a manobra para driblar a regra constitucional do teto de gastos derrubaram a Bolsa, fizeram disparar dólar e juros e causaram demissões na equipe de Guedes.
Quatro secretários da equipe econômica pediram demissão nesta quinta-feira (21) por discordarem das decisões. Pediram para deixar o governo dois dos principais nomes do núcleo da pasta, o que comanda as contas públicas. No fim do dia, Bolsonaro afirmou que o ministro segue no cargo.
“Paulo Guedes continua no governo e o governo segue com a política de reformas. Defendemos as reformas, que estão andando no Congresso Nacional, esse é o objetivo”, declarou o presidente à CNN Brasil.
Com informações de Mônica Bergamo/Folhapress