Milei promete “nova era” e “choque” na economia

discurso

Após receber a faixa presidencial, o novo líder da Argentina, Javier Milei, dirigiu-se a milhares de apoiadores em frente ao Congresso para fazer seu primeiro discurso à frente da nação. Em tom apoteótico, o ultraliberal disse que neste domingo (10) começa uma nova era no país e comparou sua eleição à queda do muro de Berlim.

Após fazer um apanhado da história do país, Milei criticou as escolhas políticas e econômicas das últimas décadas. “Hoje enterramos décadas de fracasso e brigas sem sentido”, afirmou, em um ataque ao que chamou durante a sua campanha de “casta” política.

“Durante mais de 100 anos, os políticos insistiram em defender um modelo que só gera pobreza e miséria. Um modelo que considera que os cidadãos existem para servir a política, e não que a política serve os cidadãos”, disse.

Em seguida, o presidente discorreu sobre suas propostas na área da economia, um tema sensível para o país em crise, em tom de justificativa.

“Lamentavelmente, tenho que dizer a vocês que não há dinheiro. Por isso, a conclusão é que não há alternativa ao ajuste e ao choque. Naturalmente, isso impactará de modo negativo sobre o nível de atividade, emprego, salário real e quantidade de pobres”, afirmou.

“Após a reacomodação (…), a situação começará a melhorar. Haverá luz no fim do túnel. No caso alternativo, a simplista proposta populista, cuja única fonte de financiamento é a emissão de dinheiro, levará o país à hiperinflação e à pior crise de sua história, somadas a um espiral decadente que nos aproximará à Venezuela de Chávez e Maduro”, disse Milei.

“Cem dias de fracasso não se desfazem em um dia, mas um dia começa. E hoje é esse dia. Hoje começamos a sair do caminho da decadência e começarmos a traçar o caminho da prosperidade”, continuou.

O anarcocapitalista encerrou o seu discurso gritando “viva la libertad, carajo” –frase que virou sua marca e que ele usou para assinar os livros de honrarias do Congresso, antes de receber a faixa e o bastão do agora ex-presidente Alberto Fernández durante a cerimônia de posse.

Daniela Arcanjo/Folhapress

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