Marqueteiro do presidente Lula e um dos nomes à frente da vitória petista na disputa pela Presidência da República em 2022, o publicitário Sidônio Palmeira analisou, em entrevista à Rádio Metropole, o papel das redes sociais e a figura de Pablo Marçal na eleição pela prefeitura de São Paulo. Para Sidônio, o candidato do PRTB, diferente de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, está treinado para se comunicar, gerando memes e falas agressivas que serão jogadas nas redes sociais.
“Marçal tem uma característica diferente do Bolsonaro que foi em 2018. Tem coisas semelhantes nessa forma agressiva de ser, mas Bolsonaro fugia dos debates, porque quanto menos ele falava, melhor. Marçal já tem uma capacidade maior de comunicação e de informações, apesar de, na minha opinião, ainda ser raso”, comparou.
Segundo Sidônio, a estratégia do candidato do PRTB é fazer dos debates “uma espécie de circo” e gerar recortes para repercutir nas redes sociais. “Ele se emociona se quiser, se agride se quiser, coloca apelido em todo mundo, ofende todo mundo, não fala de proposta nenhuma para a cidade de São Paulo. Se perguntam sobre uma proposta, ele não responde. Ele é totalmente treinado e sabe que o objetivo dele é sacanear com os outros, pegar memes e falas deles agressivas para fazer recortes social”, pontuou.
Essa preocupação com as redes tem uma explicação. De acordo com Sidônio, essas plataformas são interessantes para este tipo de campanha porque passam informações para bolhas, sem que necessariamente haja um contraponto do outro lado, e atingindo um grande volume de pessoas. O publicitário estima, por exemplo, que com 30 cortes do primeiro debate de Marçal tenha atingido 70 milhões de internautas, enquanto cerca de 200 mil pessoas estavam assistindo à transmissão direto pela televisão.
“A rede social é uma realidade. Antigamente a televisão era a coisa mais importante. Hoje tem televisão, tem rádio, mas tem rede social, que hoje tem mais força do que aquela televisão, porque tem interação e chega a um público maior. Então, muitas vezes, a gente coloca que eleição é rede e rua”, analisou.
Apesar de apontar o meme como algo positivo na publicidade, Sidônio lamentou esse cenário que resumiu como “a derrota do debate político para o meme, agressões, briga e mentira”, enquanto os problemas da cidade passam em branco. Agora, para Sidônio, cabe aos adversários de figura como Marçal enfrentar, mas sem cair na “vala comum”.
Metro 1