A recente reorganização ministerial promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva expandiu a diversidade de partidos no governo, mas não necessariamente assegura o apoio no Congresso por parte das duas legendas contempladas: PP e Republicanos. Adicionalmente, surgiram descontentamentos no PSB em relação às mudanças, particularmente em relação à realocação de Márcio França e à maneira como Ana Moser foi dispensada do Ministério do Esportes, o que gerou críticas internas no Palácio do Planalto. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”.
A cerimônia de posse dos novos ministros do Centrão está agendada para a próxima quarta-feira, no Palácio do Planalto. André Fufuca, representando o PP, assumirá o cargo anteriormente ocupado por Ana Moser no Ministério do Esportes, enquanto Silvio Costa Filho, do Republicanos, sucederá França em outra posição.
Nem todos os parlamentares dessas legendas se sentem satisfeitos com esse novo arranjo, e no caso do PSB, existe um sentimento de descontentamento. A mudança de França, que foi transferido do Ministério dos Portos e Aeroportos para a nova pasta de Micro e Pequenas Empresas, não agradou a bancada do partido.
O Republicanos, que agora lidera o Ministério dos Portos e Aeroportos, emitiu uma nota oficial assinada pela Executiva Nacional do partido nesta quinta-feira, 7, reiterando que não fará parte da base governamental e continuará atuando de forma independente. A nota enfatiza que Silvio Costa Filho deverá se licenciar tanto de sua função como deputado federal para assumir o ministério, bem como de suas responsabilidades dentro do partido. Costa Filho é o presidente do Republicanos em Pernambuco e o primeiro tesoureiro nacional do partido.
Este comunicado foi elaborado pelo comando nacional do partido com o objetivo de atender às vozes dissidentes dentro da legenda, que se posicionam como oposição ao governo. Embora a maioria dos membros da Câmara esteja aberta ao diálogo com o governo, o partido abriga figuras alinhadas ao bolsonarismo, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, bem como os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF).