O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi acusado por dois ex-assessores de pedir parte do salário da equipe para proveito próprio, esquema conhecido como “rachadinha”. Segundo os ex-assessores, o esquema envolvia pessoas com salários mais altos da equipe e esses faziam as transferências com dinheiro vivo.
O deputado integrou a linha de frente da campanha de Lula (PT) nas redes sociais em 2022. A acusação veio à tona depois que o site Metrópoles divulgou um áudio de Janones no qual solicita ajuda para pagar despesas relacionadas a uma campanha de 2016 para a Prefeitura de Ituiutaba (MG).
Apesar de reconhecer a veracidade do áudio, o deputado afirma não ter cometido nenhuma atitude ilícita. Depois que o caso veio à tona, o PL de Jair Bolsonaro protocolou um pedido de cassação de Janones. Os dois assessores também acusam o político de assédio moral.
Entenda abaixo o que já se sabe sobre o caso.
1) COMO O CASO SE TORNOU PÚBLICO
Na segunda-feira, 27, o jornal Metrópoles divulgou trechos de um áudio em que Janones teria pedido a assessores que eles repassassem parte do salário que iriam receber.
“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, afirma Janones na gravação.
O político faz referência à campanha de 2016 para a prefeitura da cidade mineira de Ituiutaba. Ele ficou em segundo lugar na disputa. Depois disso, Janones se tornou deputado federal pelo Avante. O político ganhou destaque nas últimas eleições por fazer parte da linha de frente da campanha nas redes sociais do presidente Lula.
O áudio divulgado seria de 2019, quando Janones exercia seu primeiro mandato como deputado, e teria sido gravado sem que ele soubesse, durante uma reunião na Câmara dos Deputados.
2) O QUE OS EX-ASSESSORES ALEGAM
Dois ex-assessores de Janones, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, afirmam que o deputado federal não só pediu que integrantes da equipe entregassem parte do salário como também pôs em prática a atitude ilícita.
Segundo Oliveira, Janones pedia o pagamento em dinheiro vivo. O valor era colocado em um envelope e entregue ao político em Brasília. “A maioria dos que ganhava um salário alto repassava de volta parte do que recebia”, afirmou Oliveira à Folha.
O ex-assessor denunciou o crime ao Ministério Público de Minas Gerais no início de 2022. O caso foi levado à Procuradoria-Geral da República e tramita desde maio no STF (Supremo Tribunal Federal). A apuração está sob sigilo.
Os ex-assessores também acusam Janones de assédio moral. Eles divulgaram prints em que o político chama pessoas da equipe de “desgraçados”, “burros” e “incompetentes”, dentre outras ofensas.
Paulino e Oliveira trabalharam no gabinete de Janones de fevereiro de 2019 a novembro de 2021 e setembro de 2022, respectivamente.
3) O QUE JANONES DIZ
Depois que o áudio se tornou público, Janones admitiu que é ele quem fala na gravação, que chamou de clandestina e criminosa. Ele afirmou que o caso foi espalhado pela extrema-direita e que o áudio foi retirado de contexto. Janones também negou ter praticado “rachadinha”.
“É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados”, afirmou em nota divulgada no dia 27 de novembro.
Janones também afirma que Cefas Luiz Paulino, um dos ex-assessores que o acusa, teria pedido um carro zero para não divulgar o áudio sobre o suposto esquema de rachadinha, o que Cefas nega.
Sobre a alegação de assédio moral, o político nega que seja verdade e afirma que os prints divulgados pelos ex-assessores são falsos.
3) O QUE JANONES DIZ
Depois que o áudio se tornou público, Janones admitiu que é ele quem fala na gravação, que chamou de clandestina e criminosa. Ele afirmou que o caso foi espalhado pela extrema-direita e que o áudio foi retirado de contexto. Janones também negou ter praticado “rachadinha”.
“É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados”, afirmou em nota divulgada no dia 27 de novembro.
Janones também afirma que Cefas Luiz Paulino, um dos ex-assessores que o acusa, teria pedido um carro zero para não divulgar o áudio sobre o suposto esquema de rachadinha, o que Cefas nega.
Sobre a alegação de assédio moral, o político nega que seja verdade e afirma que os prints divulgados pelos ex-assessores são falsos.
Outra contradição diz respeito ao valor que o deputado afirma ter perdido com a disputa para as eleições de 2016 à prefeitura de Ituiutaba. No áudio, ele solicita que integrantes da equipe entreguem parte do salário para ajudar a recompor seu patrimônio e fala de perdas que totalizariam R$ 675 mil.
Janones também afirma que a dívida da campanha não era só dele, mas conjunta a membros da equipe, que teriam se comprometido a sanar o débito. Entretanto, a prestação oficial de contas da campanha é de R$172 mil e só uma ex-assessora, Leandra Guedes Ferreira, aparece na lista de doadores de campanha, com uma doação de R$ 3.400.
Ferreira é hoje prefeita de Ituiutaba. Ela foi indicada pelos ex-assessores que denunciaram Janones como sendo a responsável por recolher a rachadinha feita com salário de membros da equipe. Ela nega a participação em qualquer ato ilícito.
Folhapress