Início da 2ª fase de retomada está previsto para a próxima sexta-feira

                                                                                       Foto: Shirley Stolze

 

Restaurantes, bares, academias, salões de beleza e museus, entre outros negócios e espaços podem ter reabertura liberada a partir da próxima sexta-feira, basta que a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) não ultrapasse os 70% nos próximos dias. Proprietários e gestores aguardam a finalização dos protocolos a serem implantados, que têm sido divulgados pela prefeitura de Salvador.

De acordo com a assessoria de comunicação da Casa Civil municipal, os protocolos para a segunda fase da reabertura devem ser concluídos até hoje, pois ainda estão em discussão com entidades dos respectivos setores.

O administrador Pedro Miranda, 26 anos, espera que a comida a quilo próxima do seu trabalho esteja funcionando quando tiver de retornar ao expediente interno. Em home office desde março, ele alterna entre cozinhar e pedir almoço nos aplicativos, mas sente saudade do buffet variado.

Mesmo com toda a ansiedade, Pedro garante que vai buscar outra opção caso o formato de autosserviço seja mantido. “Era um dos primeiros a chegar no restaurante, não gostava de ter muita gente mexendo na comida antes de mim, agora isso parece ainda pior”, conta.

Embora esteja aguardando a divulgação dos protocolos para definir qualquer alteração, o gerente dos três restaurantes Skilo, Agnaldo Medeiros, tem pensado em colocar um funcionário, devidamente paramentado, para colocar os alimentos escolhidos nos pratos. Na cidade de São Paulo, essa mudança de formato foi determinada para a reabertura.

Medeiros conta que apenas uma unidade está funcionando atualmente, fornecendo refeições para retirada no local ou entrega em casa, e que o faturamento não ultrapassa 20% do registrado antes da pandemia. Dos 55 funcionários, nove continuam trabalhando, os demais estão com contratos suspensos.

De acordo com o presidente executivo da regional Bahia da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-BA), Luiz Henrique do Amaral, outra solução em debate para os restaurantes com buffet self service é o fornecimento de luva descartável no momento do cliente abastecer seu prato.

Um aspecto já definido para a reabertura de bares e restaurantes é a possibilidade de ocupação de calçadas e vagas próprias de estacionamento para a colocação de mesas. Até a última quinta-feira, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) tinha recebido 31 pedidos para essa liberação, com seis já aprovados, nove estão em análise e 16 indeferidos por não se enquadrarem no projeto.

Entre os que tiveram o pedido aprovado está o restaurante La Pasta Gialla, que irá montar um parklet com 24 lugares no estacionamento. De acordo com o sócio Marcelo Reis Laureano, a área será compartilhada com a pizzaria Acqua Farina, da qual é proprietário.

Com a reorganização dos espaços internos para garantir a distância mínima de dois metros entre mesas, ele reduziu a capacidade dos salões a cerca de 50% da anterior. No novo modelo de operação, os clientes poderão utilizar os próprios celulares para acessar o cardápio e fazer os pedidos, tendo alguma proximidade com o garçom apenas para recebê-los. Além disso, talheres, pratos e taças não serão mais deixados sobre a mesa, mas trazidos na hora do serviço, o que é uma regra geral para o setor, segundo a Abrasel-BA.

O empresário optou pela suspensão de contrato de parte dos funcionários e lançou mão de empréstimos facilitados para o pagamento da equipe e o do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Marcelo afirma que sem o empréstimo do Pronampe, ele não teria recursos para as adaptações necessárias para a reabertura. A falta de condições para esse investimento é apontado pela Abrasel como fator retardante do retorno de parte dos estabelecimentos de Salvador. Estima-se que um terço não reabrirá quando a segunda fase for iniciada, seja porque precisam de mais tempo ou porque fecharão as portas em definitivo.

ACADEMIAS ANTECIPAM ADEQUAÇÕES PARA REABERTURA

A comerciante Fátima Felizardo, 57 anos, não vê a hora de voltar a fazer musculação na academia que frequenta há cinco anos. Nascida no Rio de Janeiro, ela conta que sempre teve a cultura da malhação e mesmo fazendo exercícios em casa, considera que não substitui.

Habituada a fazer caminhadas com máscara, Fátima diz que talvez precise reduzir o ritmo na academia, por conta do impacto do acessório na respiração, mas defende que o uso é fundamental. “Não ficaria tranquila com alguém sem máscara ao meu lado”, conta.

Com os protocolos em finalização pela prefeitura, alguns gestores têm buscado se antecipar para adequar suas academias.

Segundo o coordenador da rede Alpha Fitness, Guilherme Reis, as nove unidades estão passando por mudanças, com retirada de alguns equipamentos para garantir uma distância maior. Os clientes precisarão agendar seus treinos no aplicativo da rede.

O coordenador ressalta que retiraram de uso os acessórios com velcro e outros materiais de higienização difícil, além demarcar os espaços nas áreas de exercícios livres (sem equipamentos).

Ele informou que ainda não sabe se as aulas coletivas poderão ser retomadas com a reabertura, mas os instrutores e os espaços estão sendo preparados.

Segundo Reis, as mensalidades que tenham sido pagas durante a suspensão do funcionamento terão esse período reposto nos pacotes. A definição se enquadra nas recomendações do Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) para o setor.

O superintendente do Procon-BA, Felipe Vieira, ressalta que na última semana novas determinações foram definidas para o setor, em resposta à dificuldade de cancelar os planos. Termina hoje, o prazo para que todas as academias forneçam um canal efetivo para cancelamento dos planos. O cliente tem direito a ser ressarcido de valores pagos durante o fechamento no prazo de 90 dias. As informações são do jornal A Tarde.

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