Google exclui Brasil da lista de 180 países em lançamento do Bard, rival do ChatGPT

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O Google anunciou nesta quarta-feira (10) o lançamento do Bard em 180 países e territórios, mas excluiu o Brasil. O gerador de texto do gigante das buscas, que terá a missão de concorrer com o site de inteligência artificial ChatGPT, estava disponível para testes apenas nos EUA e no Reino Unido desde 21 de março.

Procurado, o Google não deu previsão para o lançamento da ferramenta no Brasil e não explicou por que o país foi deixado de fora. “Estamos expandindo seu acesso em inglês a mais países e regiões de forma gradual. Continuaremos a implementá-lo em outros países, regiões e idiomas ao longo do tempo.”

Na América Latina, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, México, Paraguai e Peru estão entre os países com acesso à ferramenta. Entre os países lusófonos, Moçambique e Angola, por exemplo, também estão na lista contemplada pelo lançamento.

Inicialmente, a assessoria do Google havia afirmado à reportagem que o país fazia parte do lançamento, voltando atrás em um segundo momento. Publicação no blog brasileiro da empresa não cita a ausência do chatbot no Brasil.

Também foram deixados de fora do lançamento os países membros da União Europeia —em comum, o Brasil e o bloco têm entrado em embates com as big techs em temas como regulação de inteligência artificial, práticas anticoncorrenciais e combate às fake news.

Com ao lançamento, anunciado na conferência anual I/O, em Mountain View (Califórnia), o Google tenta ganhar terreno no mercado de IA contra a Microsoft, que financia a criadora do ChatGPT OpenAI.

No início de sua apresentação, o presidente-executivo da big tech, Sundar Pichai afirmou que o Google foi o primeiro negócio a se denominar uma empresa de inteligência artificial, ainda em 2017.

A IA geradora recém-equipada no Bard pode gerar códigos de programação em mais de 20 linguagens e fórmulas para planilhas do Google, segundo o anúncio da empresa no Google I/O.

A vice-presidente do Google responsável pelo Bard, Sissie Hsiao, ressaltou as capacidades de raciocínio lógico da plataforma. “Ficamos muito animados quando vemos programadores usando nossa tecnologia.”

O modelo já funciona em mandarim e em japonês. “Seremos capazes de atender mais de 40 idiomas em breve”, afirmou Hsiao. De acordo com a apresentação do Google, a IA já compreende mais de cem idiomas, incluindo português.

Engenheiros da empresa afirmam que o Bard pode atuar como professor de idiomas, já que foi treinado com mais textos em outras línguas do que em inglês.

O Bard está integrado com outras funções do Google, como o Maps e o Planilhas. É possível, por exemplo, exportar respostas do chat de IA a planilhas e documento de textos.

Pichai anunciou também soluções com inteligência artificial em Gmail, Google Maps e Google Fotos. Os serviços devem ser lançados ainda neste ano.

O Gmail receberá a função “me ajude a escrever”, que permitirá redigir emails com uma plataforma de IA geradora, similar ao ChatGPT. Os usuários poderão pedir mais detalhamento na mensagem, com um clique na opção “elaborar.”

O Google Maps ganhará um mapa interativo, desenvolvido a partir de imagens do Google Streetview. Com isso, poderá ser possível antecipar percursos em um cenário tridimensional.

O Google Fotos receberá opções de editar imagens com ajuda de inteligência artificial. O recurso será chamado de edição mágica. As montagens com o aplicativo envolverão criação de imagens com IA.

A empresa também lançou o modelo de IA geradora PaLM2, mais capaz do que a LaMDA equipada anteriormente no Bard. O Bard recebeu a nova IA nesta quarta.

De acordo com o executivo, o desenvolvimento do PaLM2 permitiu a criação de 25 novos produtos e recursos com base em IA.

A empresa ainda anunciou inteligências artificiais voltadas à segurança e medicina.

Funcionários do gigante das buscas haviam criticado o Bard por ser pior do que o ChatGPT. Isso foi antes da plataforma receber a nova IA geradora.

Além de ter integrado o ChatGPT ao buscador Bing, a Microsoft já havia anunciado a possibilidade de gerar imagens no seu site de buscas. A empresa também tem auxiliar de programação e segurança digital.

O Google tem voltado seus esforços à IA depois de ver sua liderança no mercado de publicidade ameaçada pela Microsoft. O negócio de anúncios está avaliado em mais de US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhões), de acordo com a Reuters.

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