A presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Cynthia Pina Resende, assegurou que a instituição está tomando medidas eficazes para combater o envolvimento de juízes em um esquema de venda de sentenças em Porto Seguro. Em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (26), a desembargadora declarou que o tribunal não está inerte diante das acusações.
“Estamos tomando providências. Não estamos inertes e não temos corporativismo. Temos que agir para punir aqueles juízes que estão em desvio de conduta”, afirmou Cynthia ao ressaltar a importância de um Judiciário íntegro para a manutenção da credibilidade perante a população. “Se algum desvia, temos a obrigação de afastar, apurar e, se for o caso, punir”, completou.
A manifestação da desembargadora ocorre após a divulgação de uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, que trouxe à tona, no domingo (25), áudios e mensagens de magistrados supostamente envolvidos esquemas de grilagem de terras, corrupção e agiotagem em Porto Seguro, no sul da Bahia. De acordo com a Corregedoria-Geral da Justiça, o grupo emitia documentos fraudulentos, em que se apresentavam como proprietários de áreas já registradas em nome de outras pessoas. Os três juízes apontados na investigação foram afastados. Um deles era responsável por fiscalizar os atos desse cartório. Juntos, os magistrados passaram a ser donos de 101 matrículas de casas e terrenos em praias baianas famosas no mundo inteiro.
Cynthia Pina Resende afirmou ainda que o TJ-BA está empenhado em melhorar a imagem do órgão frente à exposição na imprensa. “No final das contas, o Poder Judiciário sai ganhando. Estamos expurgando, cortando da nossa própria carne, aqueles que se desviam da conduta do magistrado”, enfatizou.