Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente a previsão da inflação para este ano e já esperam que o índice alcance o teto da meta estabelecida pela autarquia financeira.
Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21), os economistas preveem que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) terminará 2024 em 4,5%, justamente o limite estabelecido pelo BC. O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Na semana passada, a previsão era que a inflação fosse de 4,39%. Esta é a terceira semana seguida que a expectativa para o aumento dos preços sobe.
Os economistas também subiram o índice para 2025, elevando de 3,96% para 3,99%. Já as perspectivas para 2026 e 2027 foram mantidas em 3,6% e 3,5%, respectivamente.
O boletim também mostrou aumento na previsão da Selic para 2025, que subiu de 11% para 11,25%, mas não houve variação nas expectativas para 2024 (11,75%), 2026 (9,5%) e 2027 (9%). O BC ainda fará mais duas reuniões neste ano, no início de novembro e no fim de dezembro.
A mudança na previsão ocorre na esteira do aumento do ceticismo do mercado em relação aos esforços do governo para equilibrar as contas públicas. O Executivo tem prometido que anunciará novas medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais, em 27 de outubro, a fim de cumprir as regras do arcabouço fiscal.
Participantes do mercado têm afirmado que a confiança na direção da questão fiscal será retomada apenas quando houver justamente o anúncio de medidas concretas.
Houve ligeira melhora ainda na expectativa para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, agora em 3,05%, de 3,01% na semana anterior. No próximo ano, a economia brasileira deve crescer 1,93%, segundo os analistas, mesma projeção da pesquisa anterior.
Para o mercado de câmbio, a previsão quanto ao preço do dólar ao fim deste ano subiu para R$ 5,42, de R$ 5,40 há uma semana. Em 2025, a expectativa é de que a moeda norte-americana atinja R$ 5,40, semelhante à previsão anterior.
Folhapress