O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira, 4, que é necessário ser transparente nas contas públicas para avaliar necessidades de ajuste. Ele argumentou que a quitação dos precatórios pelo governo é uma medida que garante essa visibilidade.
“Como é que o Congresso vai se debruçar sobre qualquer proposta sem saber como é que as contas da previdência realmente estão?”, indagou Haddad, durante uma entrevista à GloboNews.
O ministro afirmou que a área econômica tem de estar sempre debruçada sobre as contas para avaliar a trajetória de cada rubrica de despesas, citando alterações legais no Benefício de Prestação Continuada (BPC) feitas em 2021.
“Houve alterações legais, por exemplo, no BPC, que criaram brechas para concessão de benefício para quem efetivamente não é o alvo do programa”, ele disse. “Nós estamos estudando os impactos dessa irresponsabilidade agora, depois de anos de descontrole. Houve muito descontrole nas contas, muito descontrole.”
Haddad voltou a citar a agenda de controle dos riscos fiscais derivados de decisões judiciais, repetindo que mais de R$ 1 trilhão foi retirado do quadro de riscos fiscais.
“Nós não temos o tabu de discutir nenhum assunto em benefício do crescimento sustentável do Brasil, agora, eu tenho o tempo da política. Você não está numa ditadura, você está numa democracia, felizmente, e isso exige a cautela devida, porque não adianta apresentar uma coisa que não passa no Congresso, que não tenha tido discussão”, afirmou o ministro.
Cícero Cotrim e Amanda Pupo/Estadão Conteúdo