Dólar recua na abertura com mercado à espera de leilões do BC e inflação dos EUA

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O dólar recua ante o real nas primeiras negociações desta quarta-feira (13), uma vez que investidores acompanham os ganhos de moedas emergentes e se ajustam para a realização de dois leilões de linha pelo Banco Central mais tarde, com os mercados globais à espera de dados de inflação dos Estados Unidos.

Às 9h05, o dólar à vista caía 0,54%, a R$ 5,7426 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,14%, a R$ 5,749.

Nesta terça-feira (12), o dólar fechou com alta de 0,05%, cotado a R$ 5,773. Já a Bolsa caiu 0,13%, aos 127.698 pontos, segundo dados da plataforma CMA , após sessão volátil ao longo do dia, refletindo clima de cautela diante da espera por anúncio de corte de gastos e divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária).

O mercado se ateve às promessas do governo Lula de equilíbrio fiscal e à expectativa de que o ciclo de alta de juros no Brasil seja mais longo, como indicado na ata do último encontro do Copom.

A moeda americana iniciou a sessão em alta de 0,30%, cotada a R$ 5,787, mas diminuiu ganhos e manteve estabilidade no fim da manhã. Durante a tarde, manteve alta, mas voltou a estabilizar. Na máxima, chegou a R$ 5,798.

As atenções do mercado estiveram voltadas para a ata do Copom e discussões sobre corte de gastos por parte do governo federal —prometido em meados de outubro.

O colegiado do BC reforçou o alerta sobre os riscos fiscais e sinalizou que uma deterioração nas expectativas de inflação pode prolongar o ciclo de alta dos juros, acrescentando um elemento de incerteza para o mercado.

O BC informou, em comunicado, que fará dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) nesta quarta-feira, das 10h30 às 10h35, com oferta total de US$ 4 bilhões (R$ 22,8 bilhões).

O leilão de linha A, com oferta de US$ 2 bilhões, terá como data de recompra pelo BC o dia 2 de abril de 2025. Já o leilão de linha B, com oferta de US$ 2 bilhões, terá data de recompra em 2 de julho de 2025.

A autarquia ainda fará nesta sessão leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

Na última quarta (6), o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

Segundo Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank , essa expectativa de alta dos juros não impactou fortemente o câmbio, pois o mercado aguarda sinais sobre um possível anúncio de pacote fiscal pelo governo.

“O mercado está na expectativa por alguma sinalização, se haverá ou não algum anúncio de pacote fiscal ao longo dos próximos dias. Como não há nenhuma novidade nesse sentido, o mercado opera com cautela”, disse.

Nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) para discutir os próximos passos na implementação do pacote de ajustes fiscais, esperado para esta semana.

As discussões sobre o conjunto de medidas para o ajuste fiscal chegaram à terceira semana.

A ideia é anunciar o pacote antes do embarque do presidente para o Rio de Janeiro, no fim desta semana, para os eventos relacionados com a cúpula do G20 –o Brasil ocupa a presidência do bloco e vai sediar a cúpula de chefes de Estado.

Economistas do Itaú Unibanco calculam que, para que o mercado financeiro tenha mais confiança no ajuste fiscal proposto pelo governo, são necessários ao menos R$ 60 bilhões em cortes de gastos, sendo R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026.

Folhapress

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