Debate da TV Bahia é marcado por troca de farpas

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O debate da TV Bahia começou na noite de ontem com o candidato Jerônimo Rodrigues (PT) perguntando ao ex-prefeito ACM Neto (União) sobre a construção de creches e a educação pública na capital baiana. Neto rebateu com o resultado insatisfatório da Bahia no Ideb e em outros indicadores, aspecto já largamente discutido pelo carlista ao longo da campanha.

Em linhas gerais, a transmissão foi marcada por troca de farpas e repetições de temas abordados pelos candidatos nos últimos meses, principalmente a educação básica.

Além disso, segundo Jerônimo, há inverdades disseminadas sobre ele na campanha, e prometeu cuidar da educação, elencando projetos já em seu plano de governo. “Você não cumpriu algumas missões suas enquanto prefeito”, disse o petista. Neto, por sua vez, voltou a enaltecer seus feitos à frente da prefeitura de Salvador como argumento para se mostrar um candidato preparado. “O senhor falhou na sua missão de ser secretário da Educação”, rebateu Neto.

João Roma (PL), por sua vez, iniciou fazendo pergunta a Jerônimo, ressaltando que ambos representam Bolsonaro e Lula, respectivamente. No entanto, o tom entre eles foi ameno e relativamente amigável, ao passo que não perderam a oportunidade para alfinetar Neto, líder nas pesquisas de intenção de voto.

“Não adiantou nada conversar com Lula. Pois Jerônimo não vai ser governador e nem Lula vai ser presidente. Bolsonaro diminuiu os impostos. Aqui disseram que diminuiriam apenas R$ 0,15 centavos. Nós vamos diminuir os impostos. Vamos diminuir os impostos do gás de cozinha. São essas coisas que temos que ver. Aqui na Bahia se dá isenção para lagosta”, disse Roma.

Pela regra, Kleber Rosa (PSOL) teve de perguntar para Roma. Em sua fala, o socialista lembrou que o candidato bolsonarista integrou a gestão municipal à época em que ACM Neto foi prefeito. Último colocado nas pesquisas, ele foi o que mais subiu o tom contra os adversários. Já Roma adotou parte da cartilha bolsonarista ao se colocar como representante da “nova política”, distante das práticas do “toma-lá-dá-cá”.

Roma também perguntou ao petista sobre a construção da Ponte Salvador-Itaparica, ressaltando, mais uma vez, que seu adversário “é o PT”, em uma tentativa de refletir a polarização da disputa presidencial. Nos bastidores, especula-se que há um acordo tácito entre as duas candidaturas contra Neto. Sobre a ponte, Jerônimo prometeu construí-la. “É um vetor de desenvolvimento”, disse.

Neto disse que Roma tem a marca da “deslealdade” — o bolsonarista é ex-secretário das gestões netistas. “Passei 20 anos limpando o chão para esse cidadão”, rebateu Roma, que rompeu com o antigo aliado quando aceitou o convite para se tornar ministro da Cidadania do atual governo federal.

Outro tema que marcou o debate foi a segurança pública, repetindo o debate da Band, além dos discursos dos opositores petistas. “A Bahia é campeã nacional no número de homicídios”, criticou ACM Neto.

Tribuna

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