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O presidente Jair Bolsonaro voltou a dar declarações negacionistas sobre a Covid-19 no começo deste mês em entrevista a alemães de extrema direita.
“Muitas [vítimas] tinham alguma comorbidade, então a Covid apenas encurtou a vida delas por alguns dias ou algumas semanas”, disse Bolsonaro.
A fala do presidente ocorreu no dia 8 de setembro, em uma entrevista dada para Vicky Richter e Markus Haintz. Os dois são ligados ao movimento de extrema direita Querdenken, da Alemanha.
A conversa não foi divulgada pelo presidente em suas redes sociais. Nesta semana, o conteúdo foi publicado por Markus Haintz no YouTube.
“Uma pessoa na UTI por Covid custa R$ 2.000 por dia. Uma pessoa numa UTI com outras doenças custa R$ 1.000. Então quando uma pessoa mais humilde vai no hospital ela é levada para a UTI porque os hospitais vão ganhar mais dinheiro, então tem uma supernotificação. Isso aconteceu. O número de mortes no Brasil foi superdimensionado”, afirmou Bolsonaro sobre os números da pandemia no Brasil.
Bolsonaro também aproveitou a conversa com os alemães para defender novamente o tratamento precoce contra a Covid-19, embora não existe comprovação científica de que funcione e, inclusive, pode causar prejuízos à saúde. Ao longo da pandemia, o presidente tem feito declarações para diminuir a gravidade da crise sanitária.
“Foi surpreendente o que aconteceu na rua. Até com esse superdimensionamento. Tudo bem que vai ter problema. Vai ter. Quem é idoso e está com problema ou deficiência. Mas não é isso tudo que dizem. Até que na China já está praticamente acabando”, afirmou em 16 de março de 2020.
Em junho do ano passado, Bolsonaro afirmou que “a gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”. Em abril, disse: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre.”
O presidente Jair Bolsonaro também usou o seu discurso de abertura da 76ª Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira (21), para criticar o isolamento social e defender tratamentos ineficazes contra a Covid.
Entre as muitas declarações com dados imprecisos ou distorcidos, o líder brasileiro afirmou que, em resposta à pandemia de Covid, o governo pagou um auxílio emergencial de US$ 800, o equivalente a R$ 4.260 na cotação atual.
Este, porém, foi o valor total pago em alguns casos, mas parcelado ao longo de meses, não o dinheiro que cada família recebeu para tentar suprir suas necessidades básicas.
As informações são da Folhapress