Foto: Susana Rebouças
Nesta quinta-feira, 13, comemora-se o Dia Litúrgico da Santa Dulce dos Pobres, um ano após a canonização de Irmã Dulce. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a programação festiva conta com diversos eventos que vão acontecer de forma online, tanto no Youtube quanto no Instagram das Obras Sociais Irmãs Dulce (Osid).
De acordo com a superintendente da instituição, Maria Rita Lopes Pontes, em entrevista na manhã desta quarta-feira, 12, para o ‘Isso é Bahia’, na rádio A TARDE FM, está sendo uma surpresa o número de pessoas acompanhando os eventos, que ocorrem desde o dia 1º, principalmente por Santa Dulce ter um público mais idoso.
“Nosso público são pessoas idosas que não são acostumadas a usar internet e redes sociais, mas é impressionante a adesão dessas pessoas”, comentou Maria Rita.
A superintendente das Obras também comentou sobre a expectativa que se teve desde a canonização de Irmã Dulce sobre a primeira festa dela, que deveria ser presencial. “Acho que Deus sabe das coisas e a gente está aprendendo a lidar com essas dificuldades e encontrando outros meios”, disse.
Além da Bahia, um grande número de devotos de outros estados, também está impressionando. Segundo Maria Rita, devotos de Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Ceará estão com adesão muito grande.
Santuário de Santa Dulce
Com a primeira fase de reabertura econômica em Salvador, que permitiu, também, o funcionamento de templos religiosos, o Santuário de Santa Dulce e a Capela das Relíquias voltou a funcionar.
Devotos podem visitar e fazer orações no Santuário, além de passar pela Capela das Relíquias para fazer uma visita ao túmulo de Santa Dulce.
Contudo, conforme Maria Rita, para evitar aglomerações as missas no Santuário só vão ocorrer a partir da sexta-feira, 14, após as celebrações religiosas. Só serão permitidos grupos de 50 pessoas para participar presencialmente das missas.
Expectativa para 2021
Para a superintendente da Osid, existe uma expectativa muito grande para os festejos de agosto de 2021, que poderão ser realizados presencialmente. “Esse gostinho de estar presente, de abraçar, de estar no local vai ser muito esperado para 2021”, pontuou.
Maria Rita também acredita que, mesmo acontecendo de forma virtual, os festejos deste ano são considerados satisfatórios e conseguiram preencher as lacunas.
“Porém, nada é como estar presente no local, participando desta acolhida que é tão especial. É diferente, eu acredito que em 2021 a gente tenha um grande número de devotos presenciais. Até porque o Caminho da Fé, que liga o Santuário de Santa Dulce ao Santuário do Bonfim, muitos só conheceram este ano por meio virtual e deve atrair muita gente do turismo religioso e dos devotos”, completou.
Vacina contra Covid-19
Nesta quarta também começam os testes da vacina desenvolvida pela BioNTech e Pfizer contra a Covid-19 na Osid. A expectativa é que a partir da semana que vem o local esteja com um número maior de 200 pessoas/dia fazendo testagem da vacina.
O estudo prevê a inclusão de cerca de 29 mil voluntários, sendo 1.000 deles no Brasil, distribuídos nos estados de São Paulo, no Centro Paulista de Investigação Clínica (Cepic); e na Bahia, nas Obras Sociais.
O ensaio clínico – que é o estudo de um novo medicamento realizado em seres humanos – aprovado vai avaliar a segurança, a tolerabilidade, a imunogenicidade e a eficácia das vacinas contra Covid-19 em adultos.
O levantamento é composto por três estágios e o Brasil participará do estágio 3, que é o último estudo antes do licenciamento da vacina. Na Osid, o recrutamento para o estudo será principalmente entre os profissionais de saúde, sendo recrutados homens e mulheres de 18 a 85 anos.
Impacto da Covid nas Obras
Conforme Maria Rita, a pandemia da Covid-19 também teve um impacto muito grande nas Obras Sociais Irmãs Dulce. “Foi bastante difícil este período porque, nós que atendemos 2 mil pessoas por dia de repente as portas estarem praticamente fechadas para assistência à saúde. O único setor das Obras que não parou foi a oncologia, que continuou atendendo seus pacientes com câncer”, disse.
As Obras também estão retornando gradualmente com as atividades, inclusive na parte ambulatorial. “Estamos começando a fazer os atendimento com o distanciamento necessário, com todos os cuidados e atendendo um menor número de pessoas. Gradualmente estamos retomando as atividades e acredito que logo a gente possa voltar aos números pré-pandemias, que é um número muito grande de atendimentos e cirurgias”, acrescentou a superintendente do espaço.
Situação financeira
Segundo Maria Rita, a situação financeira das Osid continua complicada, mesmo após a visibilidade após a canonização de Irmã Dulce. A gestora explica que o SUS tem um problema do subfinanciamento e que receita e despesas não batem. Neste momento, o déficit das Obras chega a R$ 1 milhão.
“As doações não conseguem cobrir toda essa diferença. O que entra do SUS é para pagar as despesas do SUS e que representa boa parte da nossa fonte de receita”, explicou.
“A canonização aumentou nossa visibilidade, inclusive internacionalmente, mas os desafios continuam grande”, salientou Maria Rita. As informações são do jornal A Tarde.