Ciclo de alta dos juros deve ir além de março, indica BC

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A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 8, não poupou recados e mostrou que o colegiado não está pronto para parar o ciclo de aumento da Selic, após a taxa básica de juros chegar a dois dígitos (10,75% ao ano).

O documento deixou claro que a intenção do colegiado em reduzir o ritmo de ajuste monetário a partir de março (de 1,5 ponto porcentual para 1 ponto, como prevê o mercado) não significa, de forma alguma, encerrar o ciclo de aumento de juros no próximo encontro – como chegaram a cogitar alguns analistas após o comunicado da semana passada. A diretoria do BC citou explicitamente “ajustes adicionais”, sem revelar, entretanto, a magnitude desses movimentos à frente.

O BC deixou uma margem para lidar com as incertezas do cenário e, por isso, não se comprometeu com um movimento específico. É bom lembrar que o atual ciclo em nenhum momento foi suave, já começando com altas de 0,75 ponto porcentual, seguidas por elevações de 1 ponto até chegar ao ritmo atual de 1,5 ponto.

Ao mesmo tempo, a ata sinalizou que o mercado segue atrás da curva desenhada pelos modelos do BC, que pode estar mirando uma taxa final de juros mais elevada do que a das projeções que compõem o cenário de referência utilizado pelo Copom. Nesse cenário, o colegiado utiliza as medianas do mercado financeiro, conforme o Boletim Focus, para a taxa Selic, que chega a 12% ao ano neste primeiro semestre, termina o ano em 11,75% e reduz-se para 8% ao ano em 2023.

“Vale notar que os cenários considerados, consistentes com a convergência da inflação para suas metas, pressupunham trajetória da taxa de juros superior às utilizadas no cenário de referência”, detalhou o documento. Leia mais.

Com informações de Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos/Estadão Conteúdo

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