China liga para Ucrânia, muda tom da diplomacia e promete esforços para fim da guerra

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O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, ligou para o chanceler da Ucrânia nesta terça-feira (1º), na primeira conversa entre os dois países desde que a Rússia deu início à guerra na última semana.

O diálogo, de acordo com os relatos oficiais de ambas as diplomacias, sinaliza uma mudança de tom na abordagem chinesa ao conflito. Pequim é aliada de Moscou e, até agora, absteve-se de condenar a invasão nas reuniões do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Na conversa de hoje, não houve qualquer crítica por parte de Wang a ofensiva militar da Rússia ou ao presidente Vladimir Putin. Mas o chinês expressou algum nível de solidariedade a seu homólogo em Kiev ao se dizer “extremamente preocupado com os danos aos civis” da Ucrânia.

Em comunicado, o governo ucraniano afirmou que o chanceler Dmitro Kuleba, por sua vez, pediu aos chineses que usem os laços com o governo russo para tentar acabar com a guerra. Kuleba teria recebido em resposta a promessa de que a China fará “todos os esforços” para resolver o conflito por meio da diplomacia.

Wang voltou a pedir por uma solução baseada no diálogo, dizendo que apoia os esforços internacionais para que possam alcançar uma resolução política, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês em comunicado.

Isso ecoa a posição que, segundo Pequim, foi expressa pelo dirigente Xi Jinping em conversa com Putin na semana passada. O líder chinês teria dito que “apoia a Rússia e a Ucrânia para que elas resolvam os problemas por meio de negociações”.

Em janeiro, o mesmo Xi celebrou 30 anos de laços com a Ucrânia, saudando o “aprofundamento da confiança política mútua” entre eles. Os dois países têm fortes laços econômicos e Kiev faz parte da Nova Rota da Seda, megaobra de infraestrutura que liga Oriente Médio, Ásia, África e Europa, atravessando áreas que eram de influência da ex-União Soviética.

Ao mesmo tempo em que acena à Ucrânia, Pequim tenta não melindrar Moscou. Quando as forças russas, sob ordens de Putin, invadiram a Ucrânia e deram início à mais grave crise de segurança no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial, a resposta formal da diplomacia chinesa foi de que a ofensiva não representava uma violação à soberania ou à integralidade do território ucraniano.

Com informações da Folhapress

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