O presidente Jair Bolsonaro exonerou Bento Albuquerque do comando do Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira (11) e nomeou Adolfo Sachsida. As informações estão na edição desta quarta do “Diário Oficial da União (DOU)”.
A mudança ocorre após recentes críticas do presidente à política de preços da Petrobras, estatal ligada à pasta.
O ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, não resistiu a mais uma queda de braço pelo controle de preços de combustíveis da Petrobras. Em seu lugar, assume o economista Adolfo Sachsida, um dos primeiros aliados de Bolsonaro no início de sua campanha, em 2018, hoje secretário especial do Ministério da Economia.
Oficialmente, assessores do ministro dizem que ele pediu demissão. Relatos de assessores do Planalto, no entanto, afirmam que Bolsonaro se irritou com o último reajuste de preços do diesel, de 8,87%, que elevou o preço para os caminhoneiros, uma de suas principais bases de apoio que vinha ameaçando rompimento com o governo devido aos preços.
Com o aumento, o preço médio do combustível nas refinarias passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro. Bolsonaro entregou um pacote de bondades para a categoria, mas, dentre as promessas, não conseguiu segurar o preço do combustível, o que levou os caminhoneiros a sinalizarem um desembarque.
Ainda segundo assessores, Bolsonaro conversou com o ministro nesta terça-feira (11) e Bento resistiu a qualquer tipo de intervenção na política de preços da Petrobras.
O presidente decidiu então demitir o ministro. A destituição e nomeação de novo chefe da pasta saiu publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11).
A relação de Bento com Bolsonaro vinha estressada há bastante tempo e atingiu o ápice em abril, quando o ministro -para atender o presidente- aceitou retirar do comando da Petrobras o general Joaquim Silva e Luna pelo economista.
O primeiro ataque de Bolsonaro contra ele surgiu logo após o anúncio do resultado da empresa no primeiro trimestre deste ano, um lucro recorde para o período de R$ 44,5 bilhões.
Pouco antes da divulgação do resultado nesta quinta (5), Bolsonaro disse em sua live semanal que os elevados lucros da Petrobras são um “estupro” e que um novo reajuste nos preços dos combustíveis pode quebrar o país.
“A gente apela para a Petrobras: ‘não reajuste o preço dos combustíveis’. Vocês estão tendo um lucro absurdo. Se continuar tendo lucro dessa forma e aumentando o preço dos combustíveis, vai quebrar o Brasil”, disse o presidente.
Julio Wiziack/Folhapress