Bolsonaro diz a empresários que eles vão ‘morrer, feder’, e serão julgados se Lula vencer

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) conclamou empresários com quem se encontrou na semana passada, em SP, saírem “da toca” para pedirem votos para ele na campanha eleitoral e evitarem a vitória de Lula (PT).

O mandatário teve mais de uma reunião com representantes do PIB na capital paulista –e, em diversas oportunidades, afirmou que eles deveriam se posicionar sobre os candidatos, o que até agora não estaria acontecendo.

“Lá atrás, quando lavaram as mãos, Jesus foi crucificado”, afirmou, fazendo um paralelo religioso. Nas conversas, o presidente admitiu que “tem uma porrada de gente melhor” do que ele para comandar o país. “Mas no momento somos eu e o barbudo [Lula]. Escolham, é simples”, afirmou o presidente.

Em linguagem informal, o mandatário disse que “todo mundo aqui um dia vai morrer, vai feder. A urubuzada vai comer se não enterrar”. E, nesta hora, todos serão julgados pelas ações e omissões que tiveram ao longo da vida.

Ele afirmou também, segundo um dos auxiliares que o acompanharam ao evento, que não pretende permanecer no poder por meio de um golpe. “Jamais”, pontuou. Sua vida já seria complicada tendo chegado ao poder por vias democráticas. “Imagina pela força”, pontuou, afirmando que viveria “um inferno”.

É por isso que seria necessário, disse, fazer “a coisa certa”, sem golpes ou atalhos. E todos, portanto, precisariam se preocupar com o resultado eleitoral. Não bastaria ser um bom empresário, um bom político ou um bom funcionário, mas sim também “ir para o convencimento”. Tentar virar votos para ele e fazer “mais do que a sua parte”.

“Não quero que dê porrada em ninguém, que dê tiro, nada disso, mas falem a verdade”, seguiu. Uma andorinha, disse Bolsonaro, não faz verão. Mas todo verão começa com uma andorinha, completou.

Por isso, os empresários precisariam sair da “zona de conforto”, situação em que pegam seus carros blindados, tomam um bom vinho e viajam para Miami. “Vocês podem perder tudo isso”, disse a um dos grupos com quem se encontrou.

Para o presidente, é “bacana” ir para a cidade da Flórida, nos EUA. Mas morar lá “é uma merda”, e que ninguém quer sair do próprio país, o que poderia ocorrer caso o Brasil entrasse em uma crise parecida com a da Venezuela.

Mônica Bergamo/Folhapress

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