Bolsa supera recorde histórico após decisões sobre juros nos EUA e no Brasil

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O Ibovespa desacelerou a alta no final da manhã nesta quinta-feira (14), seguindo Nova York, depois de ter superado pontualmente o recorde histórico nominal dos 131.190,30 pontos do dia 7 de junho de 2021 (131.190,30 pontos). Na máxima desta quinta-feira, o índice marcou 131.259,81 pontos, em alta de 1,39%, seguindo o bom humor internacional.

Às 11h15, o Ibovespa subia 0,97%, aos 130.724,72 pontos. O dólar à vista caía 0,41%, a R$ 4,9002.

Os índices futuros de ações de Nova York reduziram as altas após as vendas do varejo mostrarem aumento de 0,3% em novembro, ante previsão de recuo de 0,2%. Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram 19 mil na semana, a 202 mil, na comparação com expectativa de 223,5 mil.

Nem mesmo a queda do minério de ferro em Dalian, na China, atrapalha o movimento do Ibovespa, dado que as ações da Vale (VALE3), com maior peso no indicador, avançavam 0,85% às 11h10.

“O Powell deu a deixa para o mercado todo, para os bancos centrais. Ontem (13), ele deixou claro que 2024 será ano de corte dos juros americanos”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, ao referir-se a falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, após decisão que manteve os juros no nível atual. O bom humor internacional ainda ecoa a sinalização de Powell. As bolsas europeias avançam.

No Brasil, o dólar à vista e os juros futuros cedem. Na quarta-feira, o Índice Bovespa fechou em alta de 2,24%, aos 129.465,08 pontos, com volume financeiro acima da média diária de cerca de R$ 20 bilhões. “Tudo bem que teve vencimento de opções sobre o Ibovespa, mas indica consistência”, resume Laatus. O Ibovespa e algumas ações ligadas ao consumo sobem apesar da fraqueza da atividade retratada nas vendas do varejo brasileiro de outubro, divulgadas hoje.

Pressão

O movimento da Bolsa pode reforçar a pressão sobre o Banco Central (BC) para que acelere o ritmo de queda da Selic (taxa básica de juros da economia), sobretudo após indicar ontem que manterá a atual velocidade. “No fundo, o Comitê de Política Monetária (Copom) não decepcionou, é que o mercado sempre quer mais. Cortou 0,50 ponto porcentual e deixou a porta aberta para mais quedas. Isso também é positivo. A chance de o Ibovespa bater máximas é grande”, completa Laatus.

O Copom reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 12,25% para 11,75% ao ano. A decisão, novamente unânime, veio em linha com a expectativa consensual nos mercados. Como ressalta a MCM Consultores, o comunicado sofreu poucas alterações. “Nosso cenário contempla o avanço do ciclo de redução da Selic até julho e a taxa básica alcançaria 9,5%, patamar que seria mantido até o final de 2024”, cita em nota.

Enquanto isso, a agenda fiscal segue no radar, com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Comissão Mista de Orçamento, menciona em relatório o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Na quarta-feira, a LDO de 2024 foi aprovada na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Depois da votação dos destaques do texto principal, o projeto vai para o plenário do Congresso, composto por todos os deputados e senadores.

Maria Regina Silva/Estadão

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