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Após suspensão de testes da CoronaVac, Bolsonaro diz que “ganhou” de Doria

                                                                                 Foto: Sérgio Lima

 

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta 3ª feira (10.nov.2020), que a suspensão dos testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, é mais uma medida que representa sua vitória sobre a gestão do governador João Doria (PSDB).

O comentário foi feito no Facebook em resposta a 1 usuário da rede social, que questionou o presidente sobre se o Brasil também compraria a CoronaVac caso a ciência comprovasse que ela pode imunizar a população de forma segura.

“Morte, invalidez e anomalia… Esta é a vacina que o Dória (sic) queria obrigar a todos os paulistanos a tomá-la (sic). O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, respondeu o presidente.

Bolsonaro e Doria são adversários políticos. Ambos divergem sobre a a obrigatoriedade da aplicação da vacina assim que ela estiver disponível. O tucano diz que irá exigir a imunização em São Paulo. Já o presidente afirma que o governo federal não tornará a vacinação obrigatória e que cabe ao Ministério da Saúde recomendação dessa natureza.

O presidente se manifesta contra a vacina desenvolvida pela Sinovac com o Butantan. Em 21 de outubro, depois de o Ministério da Saúde anunciar que iria adquirir as doses da CoronaVac, Bolsonaro decidiu cancelar o acordo. A reportagem do Poder360 apurou que o chefe do Executivo enviou mensagens a ministros com o seguinte teor: “Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19″. No mesmo dia, o presidente publicou nota em suas redes sociais e exigiu a eficácia do imunizante.

A CoronaVac está na 3ª e última fase de testes. De acordo com o Instituto Butantan, a segurança da substância já está comprovada. Falta agora ter certeza sobre sua eficácia.

SUSPENSÃO DA CORONAVAC

A suspensão dos estudos clínicos da CoronaVac foi anunciada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na noite dessa 2ª feira (9.nov.2020). O imunizante é desenvolvido no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech.

Segundo a Anvisa, a medida ocorre por causa de 1 “evento adverso grave” do dia 29 de outubro, mas não informou o que teria acontecido. Com a interrupção dos testes, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado com o imunizante.

Em nota, o Instituto Butantan afirmou que foi “surpreendido” pela decisão da agência. Disse que está “apurando em detalhes o que houve com o andamento dos estudos “. Declarou estar à disposição para esclarecimentos da agência. Realizará uma entrevista para jornalista nesta 3ª feira (10.nov), às 11h, na sede do instituto.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que “lamenta ter sido informado pela imprensa e não diretamente pela Anvisa, como normalmente ocorre em procedimentos clínicos desta natureza, sobre a interrupção dos testes da vacina CoronaVac”.

Ainda nessa 2ª feira (9.nov), o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o voluntário que apresentou reação durante os testes da vacina Coronavac morreu, mas que o óbito não teria relação com a vacina. À TV Cultura, Dimas Covas disse ter estranhado a decisão da Anvisa de suspender os testes com o imunizante.

“Em 1º lugar, a Anvisa foi notificada de um óbito, não de um efeito adverso. Isso é diferente. Nós até estranhamos um pouco essa decisão da Anvisa, porque é um óbito não relacionado à vacina. Ou seja, como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, pode acontecer óbitos. Nesse momento, [o voluntário] pode ter um acidente de trânsito e morrer”, afirmou.

“É um óbito não relacionado à vacina. Ou seja, como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, podem acontecer mortes, pode ter um acidente de trânsito e morrer. E é o caso aqui. Ocorreu um óbito que não tem relação com a vacina. Portanto, não existe nenhum momento (ou motivo) para interrupção do estudo clínico”, disse. As informações são do site Poder 360.

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