Aliado de Lula requer informações sobre cargo oferecido por Tarcísio a mãe de neta de Bolsonaro

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O deputado estadual paulista Emidio de Souza (PT) enviou um requerimento ao Governo de São Paulo cobrando informações sobre o cargo oferecido à ex-secretária Martha Seillier, mãe da quarta neta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no escritório norte-americano da InvestSP. O caso foi revelado pela Folha.

Um dos aliados mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o parlamentar quer saber qual é a estrutura do governo paulista nos Estados Unidos, quais são os cargos e remunerações disponibilizados pela InvestSP no país estrangeiro e qual posto foi oferecido a Seillier.

“É fundamental que a população tenha acesso a informações claras e detalhadas sobre a atuação do governo, bem como sobre as nomeações e atribuições das indicações políticas custeadas com dinheiro público”, afirma Emidio, em ofício.

O requerimento do petista é destinado ao secretário do Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, responsável pela agência.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou ter oferecido o cargo para Seillier, mas negou tratar-se de um favor a Bolsonaro. O ex-presidente defende a indicação, mas procurou a Folha para negar ingerência após a publicação da reportagem.

“Eu conheço ela há muitos anos. Tive a ideia de oferecer a ela a vaga de embaixatriz [embaixadora seria o termo correto] do nosso programa de investimentos”, afirmou Tarcísio, lembrando que ambos trabalharam nos governos Michel Temer (MDB) e Bolsonaro.

Seillier trabalhava numa diretoria do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) reservada ao Brasil e ao Suriname. Ela havia sido indicada pelo seu chefe na ocasião, o então ministro Paulo Guedes, a quem serviu por três anos como secretária especial do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) no Ministério da Economia.

Como mostrou a Folha, a indicação pode não ir para frente por dois motivos. Primeiro, Seillier quer mudar o escritório da InvestSP nos EUA de Washington para o reduto bolsonarista de Miami. Segundo, está insatisfeita com o salário atual, de R$ 43 mil contando gratificações.

Mônica Bergamo/Folhapress

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