ACM Neto defende investigação contra Flávio e rebate Carlos Bolsonaro

                                                                            Foto: Valter Pontes/Secom

 

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), rebateu, ontem, uma provocação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e afirmou ainda “quem opta pela vida pública não deve ter receio de investigação” ao comentar sobre pedido de investigação feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). Ambos são filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A PGR pediu anteontem que a Polícia Federal colha o depoimento do empresário Paulo Marinho no âmbito do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na PF. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o empresário afirmou que o senador Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência por um delegado da PF sobre a deflagração da Operação Furna da Onça, que culminou na prisão de diversos parlamentares do estado do Rio em novembro de 2018.

Para Neto, as instituições devem investigar “se houve um favorecimento no curso da operação policial” a Flávio. “Quem tem vida pública. Quem opta pela vida pública não deve ter receio de investigação, de apuração. Isso vale é claro para o senador Flávio Bolsonaro. Afinal de contas, ele tem vida pública. Qual vai ser o caminho? Vai ser uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ou não vai ser uma CPI? CPI cabe ao Congresso. Então, cabe ao pronunciamento de deputados e senadores. Se tem assinatura, tem CPI. Se não tem assinatura, não tem CPI. Agora, penso eu que Ministério Público Federal, a Polícia Federal devem ter todas as condições, a liberdade para apurar tudo, investigar tudo. Inclusive, o que foi dito pelo Paulo Marinho, que foi uma das pessoas mais próximas e inseridas na campanha do então candidato a presidente Jair Bolsonaro. Ninguém deve ter medo de investigação. Tendo ou não uma CPI, cabe ao Congresso e não a mim”, afirmou o prefeito, em entrevista coletiva.

Neto ainda comentou sobre a provocação de Carlos Bolsonaro. Nas redes sociais, o filho do presidente compartilhou um vídeo em que o prefeito afirmou que o folião no Carnaval não deveria se “preocupar” com o coronavírus. “Da série: medidas de governadores e prefeitos. Prudência, sofisticação, biografia e boneco Gepeto”, escreveu o legislador. No vídeo, a legenda: “Não deixe esse vídeo morrer”. Na época, não havia ainda registros da doença no Brasil. “Honestamente, eu não tive tempo para ver nada nisso. Estou concentrado o tempo todo em enfrentar p coronavírus para salvar a vida das pessoas. Não me sobra tempo para ver bobagem”, rebateu ACM Neto ontem.

O gestor soteropolitano classificou como “natural” os protestos que aconteceram no fim de semana contra o isolamento social. “As manifestações pedindo o fim do isolamento são naturais. Eu como sempre respeitei as manifestações. Não interessa em defesa do que desde que respeite as regras do município”, pontuou, ao ressaltar, porém, que é contra a suspensão de medidas restritivas.

Medidas

Em coletiva virtual realizada ontem, o prefeito ACM Neto anunciou a renovação, até o dia 1° de junho, de todos os decretos gerais com medidas restritivas visando conter a proliferação do coronavírus na cidade, alguns com modificações, a exemplo do funcionamento de shoppings e estabelecimentos comerciais.

Além disso, o prefeito noticiou novas determinações visando ampliar o isolamento social nos bairros do Lobato, Liberdade e Bonfim, e apresentou dados recentes sobre o impacto da Covid-19 no sistema público e privado de saúde na capital. A coletiva contou com a presença de secretários e dirigentes de órgãos municipais.

ACM Neto afirmou que este mês e o início de junho serão os mais difíceis para o enfrentamento da pandemia em Salvador. A previsão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), parceira da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), é que os leitos públicos clínicos e de UTI para pacientes com Covid-19 se esgotem em 21 de maio (são 633, no total). Atualmente, a taxa de ocupação já está em 83% nas UTIs e 70% nos leitos clínicos. As informações são do jornal Tribuna da Bahia.

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