Israel voltou a atacar o Irã nesta manhã (tarde, no horário local), segundo a imprensa estatal iraniana. A TV iraniana afirmou que as instalações nucleares de Natanz, onde fica a principal planta de enriquecimento de urânio do país, foram atingidas novamente.
A agência de notícias Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária, afirmou que houve novos bombardeios nas cidades de Shiraz e Tabriz. Imagens mostram uma grande coluna de fumaça subindo após uma explosão em Tabriz. Segundo a agência, o aeroporto da cidade, no noroeste do país, perto da fronteira com a Turquia, foi atingido, assim como outros 10 locais na província iraniana do Azerbaijão Oriental.
Os ataques israelenses tiveram início às 3h30 da madrugada no horário local (21h de ontem, no horário de Brasília), com explosões em Teerã. Israel afirma ter atingido “dezenas de alvos militares, incluindo instalações nucleares em diferentes locais do Irã”. Segundo as Forças Armadas israelenses, foram usados “200 jatos, que despejaram mais de 330 munições em mais de 100 alvos”, o que torna o ataque um dos maiores da história do Irã. Um dos principais alvos foi as instalações nucleares de Natanz, a cerca de 200 quilômetros de Teerã. Também foram atacadas bases onde são desenvolvidos e fabricados mísseis de longo alcance.
Vários líderes militares e cientistas responsáveis pelo programa nuclear iraniano foram assassinados, entre eles o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami. Também foram mortos os cientistas nucleares Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi.
O governo israelense afirmou que o Irã contra-atacou com 200 drones, mas não há relatos de destruição ou mortes em Israel. O Irã promete vingança. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que Israel preparou um “destino amargo e doloroso para si mesmo”. “O regime sionista revelou sua natureza vil e lançou nesta manhã sua mão perversa e sangrenta em um crime contra o Irã. “O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, classificou o ataque israelense de “uma declaração de guerra”.
O presidente Masoud Pezeshkian pediu à população que se mantenha unida e confie na liderança iraniana. Ele prometeu dar a Israel uma “resposta dura, racional e forte”. Nesta manhã, centenas de pessoas foram às ruas de Teerã em manifestações a favor de uma retaliação. O ataque israelense, porém, ocorre em um momento de enfraquecimento do Irã. Boa parte da capacidade militar do Hezbollah, no Líbano, foi destruída por Israel; o aliado Bashar Al Assad foi derrubado na Síria; e o assassinato em solo iraniano, no ano passado, do líder do Hamas Ismail Haniyeh expôs graves vulnerabilidades dos serviços de inteligência iraniano.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel vai “continuar a atacar o tempo que for necessário”. Segundo ele, o objetivo da operação é destruir “a infraestrutura nuclear do Irã, as fábricas de mísseis balísticos do Irã e as capacidades militares do Irã”. O porta-voz-chefe das Forças Armadas de Israel, general de brigada Effie Defrin, afirmou que a população precisa se preparar para uma “operação prolongada”. “Continuaremos agindo até que os objetivos da operação sejam alcançados. “O ataque recebeu o apoio de políticos de várias alas da política israelense, inclusive de opositores de Netanyahu. Em entrevista à rede CNN, Donald Trump disse que “apoia Israel como ninguém jamais apoiou”. Na rede social Truth, o presidente americano pediu ao Irã que aceite um acordo nuclear, nos termos propostos pelos EUA, “antes que seja tarde demais”. O secretário de Defesa, Marco Rubio, afirmou que os EUA não se envolveram ou auxiliaram no ataque de Israel.
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