Trump levará Bolsonaro à Papuda se aumentar sanções ao Brasil, dizem ministros do STF

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Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) reagiram com indignação à ameaça dos Estados Unidos de aumentar sanções ao Brasil depois da condenação de Jair Bolsonaro (PL).

Condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, o ex-presidente tem que começar a cumprir a pena em uma detenção.

Uma parte do STF, no entanto, entendia que Bolsonaro poderia ter a boa vontade do tribunal para receber um tratamento menos duro, dada sua condição de ex-mandatário, sua idade (70 anos) e problemas de saúde que enfrenta.

O aumento das sanções, dizem esses magistrados, inviabilizará qualquer tratamento diferenciado, já que o filho dele, Eduardo Bolsonaro, está envolvido diretamente no que consideram uma chantagem contra o STF e o próprio país. Tanto ele quanto o pai estão sendo investigados pela Polícia Federal por tentativa de obstrução da Justiça e coação no curso do processo.

O presidente Donald Trump, dizem, acabará conseguindo o inverso do que pretende: levar Jair Bolsonaro ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília —o que até agora era considerado o menos provável no STF.

Como mostrou a coluna, esse é um dos maiores receios do ex-presidente, que teme ser mal tratado no complexo e também ficar sem acesso a um bom atendimento médico.

O secretário de Estado, Marco Rubio, equivalente ao ministro das Relações Exteriores dos Estados Unidos, afirmou nesta segunda (15) que deve haver anúncios de respostas do país à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A declaração foi dada pelo chefe da diplomacia americana em entrevista à Fox News.

Rubio foi questionado a respeito da decisão do STF, que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão pela acusação de ter tramado um golpe de Estado e disse ver uma deterioração do Estado de Direito no Brasil.

“A resposta é que o Estado de Direito está se deteriorando. Você tem esses juízes ativistas, um em particular que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas também tentou impor reivindicações extraterritoriais até contra cidadãos americanos, ou contra alguém postando online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido”, disse.

Embora não tenha citado seu nome, o secretário fez referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

“Então, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar. Mas isso, o julgamento, é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”, afirmou.

Mônica Bergamo, Folhapress

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