Tornozeleira em Marcos do Val reacende pressão bolsonarista para limitar poderes do STF

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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de impor tornozeleira eletrônica ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) reacendeu a pressão de aliados de Jair Bolsonaro sobre o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), para avançar projetos que limitem os poderes da Corte.

Além do monitoramento, Do Val teve contas bloqueadas e passaporte diplomático apreendido por viajar aos Estados Unidos sem autorização judicial, algo que ele nega estar proibido. A oposição quer pautar propostas que ampliem hipóteses de crime de responsabilidade para ministros do STF e estabeleçam prazos para análise de pedidos de impeachment, frequentemente engavetados por Alcolumbre. A informação é do jornal “O Globo”.

Apesar das críticas a Moraes, líderes bolsonaristas evitam adotar medidas mais radicais em defesa direta de Do Val, considerado excessivo em sua postura. O foco é ampliar o discurso contra o ministro, sobretudo após Jair Bolsonaro também ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Para o senador Carlos Portinho (PL-RJ), a decisão reforça a justificativa para as sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra Moraes, enquanto o vice-presidente do Congresso, Eduardo Gomes (PL-TO), defende mais diálogo institucional para definir limites entre os Poderes.

Do Val é investigado por suposta participação em uma campanha de intimidação contra policiais federais que apuram a trama golpista. Em 2024, Moraes já havia determinado o bloqueio de R$ 50 milhões do senador e a apreensão de seus passaportes, mas o diplomático permaneceu em seu gabinete, não vasculhado pela PF. Ao retornar ao Brasil nesta segunda-feira, após dez dias nos EUA, ele foi abordado no aeroporto de Brasília e levado para instalar a tornozeleira na Secretaria de Administração Penitenciária do DF.

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