Rebeldes liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) anunciaram a deposição do governo de Bashar al-Assad na Síria. após avançar à capital do país, Damasco. O anúncio foi feito neste domingo em transmissão pela TV estatal. Acompanhe a cobertura em tempo real pelo UOL.
De acordo com a agência de notícias Reuters, Assad embarcou em um avião e deixou a cidade quando a ofensiva rebelde ainda estava se aproximando da capital. A informação foi confirmada pelo governo da Rússia, aliada de Assad.
Milhares de pessoas saíram às ruas da capital para comemorar a queda do regime. A estátua de Assad foi derrubada pela população; e sua mansão, invadida e saqueada.
O HTS é liderado por Abu Mohamed al-Julani, que já teve ligações com a Al Qaeda e com o Exército Islâmico, mas se afastou dos dois grupos no passado e tem adotado um discurso mais conciliador desde o começo da atual ofensiva.
Tomada de Damasco
Por volta das 23h de sábado (horário de Brasília; já domingo na Síria), a administração de Assuntos Militares, que fala pelos rebeldes, emitiu um breve comunicado afirmando que as “forças começaram a entrar na capital”, sem sinal de mobilização do exército.
Esta foi a primeira vez que forças de oposição chegaram a Damasco desde 2018. Na ocasião, o exército sírio conseguiu recapturar áreas no entorno da capital após anos de cerco.
A CNN Internacional divulgou imagens mostrando pessoas correndo no aeroporto de Damasco, tentando passar por pontos de segurança e correndo aos portões de embarque, possivelmente tentando deixar o país.
Antes do avanço sobre Damasco, rebeldes tomaram neste fim de semana a 3ª maior cidade, Homs, maior cidade do país e localizada ao norte da capital. Homs é lar de uma minoria alauita, grupo étnico-religioso do qual o presidente sírio Bashar al-Assad faz parte.
A ofensiva relâmpago dos rebeldes na Síria teve início há apenas na quarta-feira da semana retrasada e, no fim de semana passado, já havia tomado Aleppo, a segunda maior cidade do país, localizada no noroeste, e de Hama, no centro.
(Com AFP, Deutsche Welle e Reuters)