O governo brasileiro não descarta adotar medidas de retaliação previstas na Lei da Reciprocidade Econômica contra os EUA, caso as tarifas impostas por Washington não sejam revistas. A aplicação dessas ações, porém, não é consenso entre os ministros mais próximos ao presidente Lula e só seria considerada em uma segunda fase da estratégia de resposta, após a implementação do plano de ajuda aos exportadores afetados. A informação é da colunista Vera Magalhães, do jornal “O Globo”.
Atualmente, o foco do governo está na finalização de uma Medida Provisória que criará linhas de crédito subsidiado, operadas pelo BNDES, com critérios baseados na dependência de cada setor ao mercado americano. A ideia é socorrer principalmente os setores mais atingidos, inclusive aqueles com produtos adaptados exclusivamente às exigências dos EUA. Outras medidas, como o Reintegra ou renúncias fiscais, estão descartadas neste primeiro momento.
Apesar das dificuldades nas negociações com os EUA, o governo mantém tentativas diplomáticas e vê a crise como uma oportunidade para diversificar mercados. Lula demonstrou preocupação com a possível apropriação indevida dos recursos por setores não afetados diretamente, o que tem levado a um cuidado maior na definição dos critérios. A demora no anúncio do plano é atribuída à complexidade técnica e à necessidade de aprovação presidencial.